A intenção do governo do Estado de não privatizar o Banrisul, anunciada ainda durante a campanha eleitoral, segue como diretriz na gestão de Eduardo Leite. A coluna conversou com o governador a respeito da informação revelada pela repórter Juliana Bublitz, de GaúchaZH, de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu sinal verde ao Piratini para concluir o plano de recuperação fiscal sem a venda do banco gaúcho.
Na gestão do ex-presidente Michel Temer, a então secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, chegou a dizer que não haveria negociação o caso o governo estadual (à época, de José Ivo Sartori) não aceitasse privatizar o Banrisul.
À coluna, Leite elencou razões que, na avaliação dele, fizeram com que o ministro aceitasse negociar o plano sem a venda do banco. O governador destacou a velocidade com que estão sendo aprovados, na Assembleia Legislativa, projetos que compõem o conjunto de medidas para recuperar as contas públicas — como, por exemplo, aqueles que permitem a venda de CEEE, CRM e Sulgás.
O dinheiro será utilizado para quitar passivos do governo do Estado. Entre as dívidas, está o 13º salário de 2018, que está sendo parcelado desde janeiro, e parte dos precatórios.
Para o governador, a aprovação deses projetos de ajuste fiscal tem surpreendido positivamente o ministério de Guedes.
De que forma o senhor recebe a notícia de que o ministério aceita negociar o regime de recuperação sem a venda do Banrisul?
Na verdade, para ficar bem claro, o ministro (Paulo Guedes) deu aval para que se iniciem tratativas formalmente mesmo que não esteja prevista a privatização do banco. Não quer dizer, ainda, que não esteja dispensado. O que tem contado muito a nosso favor é a velocidade com que temos conduzido o processo de ajuste com o apoio da Assembleia Legislativa.
O senhor diz em relação aos projetos aprovados na Assembleia?
Sim. E todos os fatores correlacionados, como o fim da licença prêmio que aprovamos lá em março e a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) com congelamento de repasses que aprovamos agora. Tudo isso gerou entusiasmo e confiança por parte do ministério com o Rio Grande do Sul.
Na prática, a sua gestão tem conseguido aprovar temas polêmicos, como as privatizações, que não se concretizaram em outros governos.
As circunstâncias são diferentes, é verdade. Estamos em outro contexto. Mas soubemos aproveitar e estamos fazendo nossa parte. Mas o protagonismo, faço questão de ressaltar, é dos nossos deputados, que estão sendo grandes parceiros do Rio Grande do Sul.