Está instalada a polêmica: uma proposta de emenda constitucional (PEC) da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) quer o fim da escala 6x1 (seis dias de trabalho, por um de descanso na semana). E agora? O debate é válido. A vida não é só trabalho.
Como era de se esperar, a PEC incendiou as redes sociais. A ideia de reduzir a jornada é considerada infactível pelo setor empresarial e também por quem estuda o mercado de trabalho.
É fato: na média, trabalhadoras e trabalhadores brasileiros nem de longe têm a mesma produtividade de profissionais na Europa ou nos Estados Unidos, por exemplo, por uma série de fatores (questões educacionais, condições de trabalho e de equipamentos de produção, por exemplo).
Ainda assim, o debate sobre a redução da jornada é importante e merece espaço, nem que seja para estimular avanços na qualidade da educação (passo fundamental para tornar a ideia viável).
Primeiro, porque já existe uma discussão em andamento no mundo sobre a ideia insana de que é preciso produzir sempre mais e mais e mais e, assim, seguir alimentando o ciclo do consumismo irresponsável que está destruindo nosso planeta.
Em segundo lugar, porque é preciso ter vida além do trabalho. Pessoas que conseguem mais tempo para cuidar de si e da família tendem a ser mais felizes e, dependendo da profissão e do setor no qual estão inseridas, tornam-se mais criativas, produtivas e melhores no que fazem.