Na manhã desta quarta-feira (26), será oficialmente instalado o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Rio Grande do Sul. Com a presença do governador Eduardo Leite, no Palácio Piratini, a sociedade gaúcha vai, finalmente, conhecer os 35 integrantes do grupo — professores e pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa que são referência em suas áreas no Brasil e no Exterior.
Para saber quais serão os primeiros passos e entender o papel dos cientistas junto ao governo, conversei com Simone Stülp, secretária estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia e coordenadora do comitê. Simone terá Jorge Audy, da PUCRS, como coordenador-adjunto, e Joel Goldenfum, da UFRGS, como secretário-executivo.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
Qual será o papel do comitê?
Um dos papéis será o de avaliação de projetos, que já estão chegando, com a elaboração de pareceres. A partir das discussões, o comitê fará proposições e recomendações. O governador também tem a expectativa de contar com um aconselhamento muito próximo para a tomada de decisões. Em alguns momentos, pareceristas ad hoc (de fora do grupo, especializados em determinado assunto) poderão ser chamados a contribuir.
Como foi a escolha do pesquisador que fará a gestão executiva do comitê?
O nome do professor Joel Goldenfum foi o primeiro que apareceu na mesa, pela trajetória como docente e pesquisador e, mais recentemente, como diretor do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS) e do Ceped (Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da UFRGS). Não podemos falhar. Temos de ser assertivos. Ele aceitou o desafio, e isso me deixa muito tranquila como coordenadora. É a melhor pessoa para o cargo, gaúcho de renome nacional e internacional, com conhecido de gestão e na área de pesquisa. É uma pessoa maravilhosa e um profissional muito dedicado.
Serão quantos membros?
Em torno de 35. Mas não será um número fechado. Podemos chamar mais pessoas a contribuir, dependendo das demandas que surgirem.
Pode citar alguns dos nomes?
Convidamos, por exemplo, o Santiago Uribe, que já tem relação com o Rio Grande do Sul e uma grande experiência em Medellín, na Colômbia (com o projeto Cidades Resilientes, que fez da cidade colombiana um exemplo de transformação para o mundo). Teremos também representantes das principais universidades gaúchas e brasileiras e de órgãos importantes, como o Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), todos referências em suas áreas.
Estão preparados para os questionamentos que virão?
Sim, os questionamentos, obviamente, vão acontecer. Isso faz parte do ambiente acadêmico e da ciência. Mas há uma vontade grande de colaborar. Essa é uma das fortalezas do nosso Estado. Temos um sistema consolidado de universidades e um ecossistema de inovação muito bem constituído. Isso nos dá a possibilidade de sairmos melhores desse momento, com a ajuda da ciência.