Concebido pelo governo do Estado para ouvir cientistas sobre as mudanças climáticas e formular medidas de prevenção e mitigação, o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática terá como secretário-executivo um dos pesquisadores mais respeitados do Brasil nas áreas de hidrologia urbana e controle de enchentes e estiagens.
Gaúcho de Porto Alegre, gremista de coração e engenheiro civil formado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Joel Avruch Goldenfum será apresentado oficialmente na próxima quarta-feira (26) pelo governador Eduardo Leite e pela coordenadora do comitê, Simone Stülp, secretária estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia.
Até agora, Goldenfum vinha atuando como diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, órgão que se tornou um farol para a população gaúcha na enchente de 2024, e do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped-RS), também dentro da universidade.
Respeitado entre os pares, com inserção acadêmica nacional e internacional, Goldenfum tem mestrado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela UFRGS e doutorado em Hidrologia pelo Imperial College, em Londres, no Reino Unido. Ele também possui pós-doutorado em Drenagem Urbana em Lion, na França.
O convite, feito por Simone e pelo professor Jorge Audy, coordenador-ajunto do comitê, foi recebido com surpresa.
— Achei que eles iam me pedir para sugerir nomes. Foi uma surpresa, mas gosto de desafios e não costumo fugir deles se acredito que posso contribuir. Além do mais, sou gaúcho e não tinha como negar — diz o pesquisador, que ingressou no IPH em 1988.
Goldenfum garante que está preparado:
— Teremos nomes fortes no comitê, não só do RS, mas do restante do Brasil e de diferentes áreas. A ideia é responder demandas e sugestões da sociedade e entregar ao Poder Executivo análises consistentes. Vamos subsidiar o governo na tomada de decisões.
A partir da próxima quarta-feira, serão definidos os detalhes de funcionamento do órgão e divulgados os nomes dos demais integrantes.
Em setembro de 2023, quando o Estado enfrentou uma enchente, escrevi um texto apelando ao governador que chamasse os cientistas. Em outubro do mesmo ano, Leite deu o primeiro passo, anunciando a criação do gabinete de crise climática, formado, entre outros atores, por um conselho científico de notáveis.
Agora, o comitê finalmente sairá do papel e terá sua primeira reunião, com um desafio gigante pela frente. É hora de apoiar e dar suporte aos pesquisadores. Precisamos, mais do que nunca, ouvir o que a ciência tem a nos dizer sobre o presente e o futuro.