Está em curso, em Porto Alegre, uma ação fundamental para preservar e reproduzir espécies de árvores nativas, ameaçadas de extinção e incomuns em viveiros comerciais. Desde meados de 2023, biólogos e engenheiros agrônomos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente desenvolvem um projeto envolvendo matrizes de sementes.
Isso significa selecionar árvores especiais (de interesse ambiental e aptas à arborização urbana) para a produção de mudas. Sessenta e uma espécies foram escolhidas pelos técnicos, sendo que cinco exemplares de cada estão sendo catalogados.
Até o momento, a equipe da Coordenação de Arborização Urbana registrou 189 “árvores-mãe” no sistema. Se você estiver na Capital e enxergar por aí uma planta com uma plaquinha como a da foto, já sabe!
Para entrar na lista, elas precisam ter bom estado fitossanitário, ausência de pragas e características consideradas ideais para o plantio na urbe. Todas recebem um QR Code, que dá acesso a detalhes.
— Qualquer pessoa pode apontar a câmera do celular para o código e ver as informações. A ideia é justamente compartilhar isso para que a população entenda o que estamos fazendo e ajude nos cuidados — diz Rogério Schmidt, chefe do Viveiro Municipal.
Depois de coletadas, as sementes são levadas à instituição para a produção de “descendentes”. Já são 177 em germinação, de 12 espécies, incluindo araçá-pirangas e sobragis (só foram encontrados seis delas!).
O trabalho está apenas começando e vai levar tempo (a tendência é de que os resultados de fato apareçam nas ruas só daqui a alguns anos), mas a ação é importante para a cidade e merece apoio. O objetivo final é ampliar o verde nas vias, praças e parques da Capital.
Quanto mais, melhor.
Viveiro Municipal
Revitalizado em 2023, após anos de quase abandono, o Viveiro Municipal ganhou novas estruturas e, aos poucos, está recuperando suas funções, essenciais para a cidade. Da área de 3,5 hectares, 2,5 são destinados à produção de mudas nativas naturais de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (incluindo vegetação arbórea, arbustiva e herbácea), valorizando a flora local e conservando o patrimônio natural da cidade.
Expedições
Chefe do Viveiro Municipal, Rogério Schmidt explica que ainda há espécies nativas que não foram mais localizadas na cidade — ou estão extintas ou risco crítico de extinção. Para tentar achar ao menos uma planta-mãe (capaz de dar sementes para a produção de mudas), ele planeja, no futuro, iniciar expedições com o apoio de alunos e professores do curso de Botânica da UFRGS.