Sou gremista e também sou “team Suárez”. Luisito tem feito milagres no Grêmio, com os pés e com os bons exemplos. Não é apenas habilidoso no trato da bola: é um cara legal. Considerando o cenário futebolístico atual, isso é um feito e tanto. Luis Suárez mereceu as homenagens desta semana na Assembleia e na Câmara de Vereadores de Porto Alegre e reagiu como um gentleman aos… inconvenientes. Isso mesmo.
No afã do momento, as pessoas não se deram conta - e quase ninguém falou nisso -, mas a celebração foi, também, um festival de comportamentos “sem-noção”, com nobres exceções, é claro.
Revendo as imagens e ouvindo os relatos de colegas, não tenho dúvidas: alguns exageraram. Fã é assim mesmo, dirão. A paixão supera as travas civilizatórias. As boas maneiras ficam em segundo plano no calor da emoção.
Na Assembleia, a deputada Nadine Anflor, presidente em exercício da Casa, teve de pedir respeito ao microfone e insistir para que parte dos presentes se sentasse. Muitos ignoraram o apelo, inclusive alguns integrantes da classe política, afinal, quem não quer aparecer em uma seflie ao lado de Suárez e surfar na sua popularidade? O protocolo pode esperar.
Tudo isso é compreensível, já que se trata de uma estrela do futebol internacional e de um ser humano nota 10. Nem por isso a atitude deveria ser normalizada. Uma coisa é demonstrar admiração. Outra é se exceder e conturbar o ambiente.
Suárez foi paciente e gentil com todos, mesmo com os mais invasivos e nos momentos de visível constrangimento. Deu autógrafos e lição de profissionalismo. Mas o assédio justificou a necessidade de um segurança colado nele o tempo todo e levou o craque a deixar as homenagens pela “porta dos fundos” - inclusive na hora do hino rio-grandense. Tudo para evitar o “cerco” dos fãs mais afoitos.
Nada disso tirou o brilho da festa. Chata sou eu, que me incomodei com a falta de educação de alguns.