A mobilização em torno da Feira do Livro de Porto Alegre, que foi excluída da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e corria o risco de ficar menor em 2023, segue rendendo frutos. O resultado é a prova que, com união, persistência e diálogo, é possível, sim, superar obstáculos, inclusive financeiros. Basta querer.
No fim de julho, depois de ser provocado pela coluna, o governador Eduardo Leite garantiu que encontraria uma saída para ajudar o evento, que tem quase sete décadas de história e se tornou um patrimônio dos gaúchos.
A controvérsia teve início quando, pela primeira vez na história, o Conselho Estadual de Cultura (CEC) - órgão independente, composto por 27 integrantes - decidiu deixar o festival literário de fora da LIC. Isso significou uma perda de R$ 871,6 mil no orçamento da feira, a menos que quatro meses da abertura.
Nesta terça-feira (8), após uma série de reuniões entre os organizadores e integrantes do Departamento de Livro, Leitura e Literatura do Estado, veio a "fumaça branca": o governo decidiu investir R$ 200 mil no encontro literário, auxiliando na programação e bancando os cachês de escritores convidados. Na prática, esse suporte é uma forma de liberar o dinheiro já em caixa para outras demandas.
Antes disso, o prefeito da Capital, Sebastião Melo, já havia anunciado a ampliação do valor destinado à feira (que era de R$ 150 mil) em mais R$ 100 mil. Outros R$ 100 mil, segundo Maximiliano Ledur, que preside a Câmara Rio-grandense do Livro, chegaram por meio de novos patrocinadores.
Com isso, dos R$ 871,6 mil que o evento captaria pela LIC, foi possível suprir, até agora, em torno de R$ 400 mil. Falta o resto, é claro, mas, segundo Max, há que se comemorar o resultado e ser otimista - eu concordo com ele. Depois de tudo isso, novos parceiros hão de surgir, com doações diretas ou via Lei Rouanet, para assegurar o final feliz dessa história.