Coisa de criança? Nem tanto. Uma engenheira civil de 58 anos, moradora de Carlos Barbosa, na Serra, prova que montar quebra-cabeças pode ser uma brincadeira de adultos também - e um ótimo desafio para o cérebro.
Janice Giacomoni Bragagnolo acaba de se tornar recordista brasileira pela terceira vez na modalidade, ao montar um puzzle de 60 mil peças. A primeira vez foi em 2020, com um jogo de 51,3 mil encaixes, e a segunda, em 2021, com um de 54 mil. O mais recente feito foi certificado em abril deste ano pelo RankBrasil, sistema brasileiro de homologação de recordes.
A brincadeira, como você pode ver nas fotos acima, cobriu boa parte do quintal da casa dela e agora vai ocupar uma parede inteira na galeria Arte em Peças. O espaço foi criado por ela e pela irmã, a arquiteta Janete Giacomoni Deitos, só para exibir os hobbys - Janete é especialista em montar Lego.
Por telefone, Janice me contou que a paixão por quebra-cabeças começou no início dos anos 2000. Durante um daqueles dias de tédio na praia, ela decidiu comprar a primeira caixa em uma tabacaria. Dali em diante, não parou mais e foi aumentando o nível de dificuldade. Já concluiu nove desafios gigantes.
— São 380 mil peças montadas. Sinto que melhorou minha capacidade de raciocínio e, ao mesmo tempo, é legal ver o resultado, porque são imagens muito bonitas — diz a engenheira.
Faz bem para a cabeça
Janice tem razão. E não sou eu quem está dizendo. Nesta semana, o médico gaúcho Pedro Schestatsky, PhD em Neurologia em Harvard e autor do livro Medicina do Amanhã, fez uma ode aos quebra-cabeças em seu perfil no Instagram.
O hábito de juntar as pecinhas de papel, destacou o neurologista, pode influenciar drasticamente o desenvolvimento e a função dos circuitos neurais - e até retardar o início dos sintomas de doenças neurodegenerativas. Sem contar que estimula a conexão social, sensorial e motora.