Desocupado desde 2014, o estádio Olímpico inspirou dois gremistas a pensarem uma solução para o local. A proposta foi apresentada à direção Tricolor na semana passada.
O empresário Remi Acordi e o arquiteto José de Barros Lima pensaram em um projeto que pretende preservar parte do estádio em meio a prédios residenciais e comerciais. Pela proposta, até 14 imóveis de 20 andares serão construídos ao longo de uma década.
O espaço do gramado, com as goleiras, será preservado. Ele receberá grama sintética, se tornando um palco multiuso, que poderá receber shows e eventos.
Parte da arquibancada também será mantida. O espaço será usado de forma a receber atividades de cultura, saúde e educação, geridas pela prefeitura. Além disso, os três arcos do pórtico do Largo dos Campeões também serão mantidos.
Todos os eventos que hoje ocorrem na Arena, por exemplo, poderiam ser feitos no novo complexo do Olímpico, que ganharia até uma cobertura retrátil. O espaço é projetado para receber um público de até 20 mil pessoas.
No local, ainda estão previstos um hipermercado, um museu do Grêmio e uma loja do clube. Até um hospital geriátrico e uma faculdade de medicina, com foco em pacientes da terceira idade, foram projetados para a região.
Procurado, o clube gaúcho confirma que a proposta foi apresentada. A direção Tricolor disse que avalia a viabilidade do projeto.
Atualmente, o terreno é de propriedade do Grêmio. Porém, há um contrato onde o clube gaúcho se compromete a entregar a área para a Karagounis e para a OAS 26 quando houver a troca de chaves do Olímpico e Arena.
Acordi e Lima pensaram em buscar uma composição entre as partes envolvidas para que a proposta saia do papel. Em vez de um loteamento, a área receberia condomínios, o que traria uma receita de R$ 3,2 bilhões - R$ 1,7 bilhão a mais do o projeto original.
- Por que estamos apresentando agora? Depois da enchente, o setor da construção civil parou. Esse projeto pode ajudar a retomar o setor - avalia Acordi.
Ele lembra quando Fábio Koff citou que a Arena não era do Grêmio. O economista lembra quando o ex-presidente do Grêmio também pediu a sua ajuda para tentar resolver o impasse que envolvia os dois estádios.
- A memória do Fábio (Koff) vai estar bem protegida. A ideia é manter a história, o pertencimento que gera orgulho - diz Acordi.
O projeto nasceu com o slogan "A arena é nossa e o Olímpico também", mas foi alterado para "A arena é nossa e o Olímpico de todos".
Imbróglio
Mesmo buscando construir uma proposta de consenso, a ideia precisará tramitar na Justiça. A OAS 26 é uma empresa do grupo Coesa, que comprou a parte imobiliária da OAS, e que está em recuperação judicial.