Após uma batalha acirrada nos tribunais, que questionou a legalidade do leilão da Corsan - o consórcio Aegea divulgou o primeiro relatório de atuação, após ter completado um mês à frente dos serviços de fornecimento de água e saneamento básico em 317 municípios. O foco principal foi atuar em ações para evitar falta de água para a população.
De acordo com levantamento feito pela empresa, mais de 50 quilômetros de rede receberam intervenções, como extensão, manutenção e substituição. Também foram realizados trabalhos em 7 mil metros de adutoras de água, melhorias em 40 reservatórios e intervenções em 60 poços (recuperações estruturais, novas perfurações, entre outras ações).
Em julho, a Aegea havia apresentado um plano de ação para os primeiros cem dias de atuação. Segundo a empresa, 43% das 356 intervenções previstas estão em andamento e outras 10% já foram concluídas.
- Nesse primeiro mês já conseguimos destravar alguns processos, tornando mais ágil a execução dos trabalhos programados. E essa intensidade será mantida ao longo dos próximos meses para cumprirmos a entrega, em outubro, de todas as intervenções previstas no plano de 100 dias -, afirma o vice-presidente de Operações da Aegea, Leandro Marin.
A privatização da Corsan tem como objetivo principal cumprir a legislação federal prevê que, até 2033, 99% da população tenha acesso a água potável e ao menos 90%, ao tratamento de esgoto.
E a empresa informa que já deu início ao programa de universalização da cobertura do sistema de esgoto, que é considerado o seu principal investimento no Estado.
Alguns projetos estão sendo reavaliados e remodelados e novos estudos estão em desenvolvimento para que, nos próximos meses, as obras possam ser iniciadas. A empresa também retomou, e está terminando, uma série de intervenções que estavam paradas.
Litoral
Um acordo homologado na Justiça liberou a construção de novos empreendimentos em Capão da Canoa. Essa proibição era causada por uma ação civil pública movida por conta da insuficiência do sistema de tratamento de esgoto cloacal no município. A Aegea se comprometeu a qualificar a Estação de Tratamento de Esgoto (Ete) Guarani, a proteção do Arroio Pescaria e a execução de emissários, desde as Ete Guarani até a Ete II de Xangri-lá.
Xangri-lá também recebeu sinal verde para alvarás de novas construções. As seis estações de esgoto do município (Ete 1 e 2) apresentavam problemas e não davam conta da demanda. A Aegea consertou quatro bacias, o que permite que 863 novos pontos podem ser ligados na nova estrutura. Foram instalados sistemas de contingenciamento, o que permitiu o funcionamento com regularidade e eficiência operacional. A operação da estação passou de 12 para 24 horas.
Aditivos
A Aegea também assinou contratos com oito prefeituras - Butiá, Charqueadas, General Câmara, Sertão, Pinheiro Machado, Inhacorá, Erval Seco e São Martinho. Esse aditivo trará R$ 295 milhões em investimentos para estas cidades.
Ciclone
Para evitar desabastecimento durante o último ciclone que passou pelo Estado, equipes da Aegea instalaram geradores e disponibilizaram caminhões-pipa a fim de garantir o abastecimento nos municípios atingidos pelo temporal e pela falta de energia elétrica.
Demissões
Também foi neste período que aproximadamente 1,5 mil funcionários pediram o desligamento da empresa. A Aegea vai atender imediatamente o pedido de cerca de 500. A Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) alertou para a necessidade da empresa "tomar as medidas adequadas para garantir a qualidade do serviço, conforme contratos firmados com os municípios".