Aproximadamente quinhentos funcionários devem, em breve, ser desligados da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). A informação foi confirmada pela presidente da Companhia, Samanta Takimi, à coluna da jornalista Marta Sfredo em GZH.
A quantidade de pedidos de demissão representa um terço dos 5,5 mil funcionários da empresa recém-privatizada.
Os desligamentos não envolvem funcionários de uma área específica, alcançando engenheiros, advogados e funcionários administrativos, por exemplo. São, principalmente, pessoas com mais tempo de trabalho prestado à Corsan.
Recentemente, a Aegea aceitou um acordo de estabilidade de 18 meses. Quem decidisse sair teria direito a receber os valores normais de rescisão somados aos salários correspondentes ao período restante de estabilidade - que hoje deve variar de 17 a 18 remunerações.
Diante desse cenário, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) alertou para a necessidade da Corsan "tomar as medidas adequadas para garantir a qualidade do serviço, conforme contratos firmados com os municípios". A agência reguladora ressaltou ainda que acompanha e fiscaliza o cumprimento desses contratos, da legislação e dos planos de saneamento básico.
À colunista de GZH, a presidente Samanta Takimi explicou que a orientação é não descuidar da continuidade do serviço e dos compromissos firmados com os municípios. Outro elemento que tem sido levado em consideração para os desligamentos é o fluxo de caixa.
Sindicato recorrerá à Justiça do Trabalho
— Há uma pressão psicológica muito grande e as pessoas não estão vendo na nova concessionária, no novo patrão, a segurança, mesmo tendo 18 meses de estabilidade e a Aegea garantindo que vai ficar com os funcionários na sequência — comenta Arilson Wünsh, presidente do Sindiágua/RS.
Além disso, a entidade que representa trabalhadores em saneamento ressalta que metade dos pedidos diz respeito a profissionais já aposentados, que aguardavam justamente o anúncio de um programa de demissão voluntária.
Por outro lado, o sindicato destaca que recorrerá ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) para rediscutir uma cláusula do programa. Segundo o Sindiágua-RS, o valor da indenização teria baixado de 25% a 30% em relação à estimativa inicial no momento da adesão.