A prefeitura de Porto Alegre lançou uma nova ação para tentar ampliar a abertura do Mercado Público aos domingos. O pleito é antigo e é costumeiramente cobrado pelo prefeito Sebastião Melo, sem surtir efeito nos donos de bancas.
Na quinta-feira (6), uma instrução normativa foi publicada pela Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap). Nela, são atualizadas regras de administração, de carga e descarga de produtos, de acondicionamento e coleta de lixo, de realização de eventos, além de reformas e melhorias.
O terceiro capítulo trata do horário de funcionamento do tradicional ponto de compras e de gastronomia do Centro Histórico. Estão descritos dias da semana e sábados, além de datas especiais de venda. Também é permitido horário estendido para restaurantes, bares, lanchonetes e lojas térreas que tenham acesso direto da rua.
Chama a atenção o item E: das 10h às 16h, aos domingos, em caráter facultativo. Essa é mais uma tentativa de convencer os donos de bancas a aderirem à abertura do Mercado Público nesta data. Movimentos anteriores, em 2019 e 2021, não vingaram.
- Queremos atrair a população para o Centro Histórico nos finais de semana, fomentando o comércio, gastronomia, desenvolvimento de uma área que fica abandonada nestes dias. A revitalização que está em andamento, incluindo o quadrilátero, vai ajudar nisso - avalia o secretário André Barbosa.
Para convencer os mercadeiros, Barbosa informa que a Guarda Municipal terá uma base no Largo Glênio Peres. Além disso, o secretário informa que o contrato com a empresa de vigilância que presta serviço no Mercado Público será ajustado prevendo uma maior circulação aos domingos.
Atualmente, menos de cinco restaurantes e bares e funcionam nesta data. O Mercado Público tem 104 bancas ativas.
A ideia da prefeitura é ampliar a quantidade de lojas abertas. Uma reunião com a Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc) deverá tratar dessa organização. Num período de transição, o objetivo é que um açougue e uma flora por vez, entre outros estabelecimentos, também participem da ação.
A grande dúvida dos mercadeiro é se haverá público aos domingos. Na tentativa anterior, em 2021, o alto custo da operação neste dia acabou inviabilizando a operação segundo os donos das bancas.
- Já existiu essa tentativa. Porém, infelizmente o movimento do domingo não compensava o custo da operação. Estamos com expectativa que, com os incrementos do centro, ele volte a ser atrativo nos fins de semana - destaca a presidente da associação, Adriana Kauer.
Uma das maiores resistências está no hábito, que precisaria ser alterado, segundo Adriana. A maior parte das pessoas não têm, por tradição, frequentar o Centro Histórico aos domingos.
Outro problema é o acesso ao centro de compras. Durante a semana as vagas da Área Azul da região são muito concorridas. Aos sábados, uma parte do Largo Glênio Peres é liberada para estacionamento. Com raras aparições da EPTC e da Guarda Municipal, os flanelinhas tomam conta quando a fiscalização deixa o local.