Os buracos das ruas de Porto Alegre resistem. Assim como em anos anteriores, pelo menos desde a última década, basta a capital gaúcha ingressar em um período maior de chuva para o problema reaparecer.
A situação é tão recorrente que tanto os ex-prefeitos José Fortunati e Nelson Marchezan quanto o atual chefe do executivo municipal, Sebastião Melo, enfrentaram dificuldades em manter o pavimento das vias em um nível adequado de conservação.
Até avenidas que receberam novo pavimento nos últimos anos registram o problema. É o caso, por exemplo, das avenidas Ipiranga e Bento Gonçalves. A recuperação estrutural foi realizada no ano de 2020 e o serviço deveria durar durar duas décadas incólume. Porém, quem passa por essas duas vias identifica buracos na última semana.
E as baixas temperaturas do inverno, aliado com a chegada do El Niño, farão com que a prefeitura de Porto Alegre tenha mais dificuldade para combater os buracos. O frio e a água são os adversários da vez.
As operações tapa-buraco, que mais gastam recursos públicos e pouco resolvem a origem do problema, aparecerão em profusão pela cidade. O clima será apontado como o grande vilão.
Porém, é bom lembrar que não é a primeira vez que um ciclone passa por aqui, infelizmente. O inverno, com suas baixas temperaturas, costuma comparecer todo ano no Rio Grande do Sul. Ou seja, não há surpresa alguma.
O mesmo vale para as rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul. Os buracos não surgem de uma hora para a outra. Na maior parte das vezes são fendas que aparecem no asfalto, que são desconsideradas pelos gestores.
O custo de se reparar o pavimento logo no surgimento do problema é infinitamente menor do que deixar o asfalto se deteriorar por completo. Como não sobra dinheiro no caixa das três esferas dos nossos governos, urge uma ação mais preparada para que esse problema seja realmente enfrentado.