A empresa Clear Channel, responsável pelos relógios de rua de Porto Alegre, tentou uma renegociação com a prefeitura de Porto Alegre. O pedido foi motivado pelos efeitos da pandemia.
Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), ela queria prorrogar o contrato por 31 meses além do previsto inicialmente, sem alterar os pagamentos. Essa seria uma forma de compensação pelos efeitos econômicos da crise.
Além disso queria isenção de pagamentos devidos do início do contrato, que inclusive já foram pagos. O montante gira em torno de R$ 207 mil.
Esse pedido de reequilíbrio foi previamente negado pelo Comitê de Gestão Orçamentária e Financeira. Posteriormente, o prefeito Sebastião Melo deu a palavra final no assunto, mantendo o indeferimento e o contrato permaneceu inalterado.
Por contrato, 20% do valor da outorga precisavam ser pagos após a assinatura do contrato, ocorrido em janeiro de 2020. O montante repassado para a prefeitura passou de R$ 16,3 milhões.
Os outros 80% precisam ser quitados ao longo do contrato, desde fevereiro de 2022. O valor - R$ 65,37 milhões - foi dividido em 216 parcelas. Segundo a Smoi, os pagamentos estão em dia.
Porto Alegre ficou cinco anos sem o equipamento. Os relógios começaram a ser instalados em agosto de 2020. O contrato tem validade até 2040. A Clear Channel usa os espaços de propaganda nos relógios para arcar com os custos, pagar a dívida com a prefeitura e lucrar.
Procurada, a empresa informou que não comenta sobre processos em andamento. Porém, ressaltou o seu compromisso com a entrega "de um serviço de qualidade e agilidade para Porto Alegre e o cidadão".
A instalação dos 168 relógios de rua foi concluída em maio de 2021 - oito meses antes do prazo estipulado. Os equipamentos dão informações básicas de hora e temperatura, mas também sobre raios ultravioletas e oferecem sinal de wi-fi. Com as suas câmeras embutidas, eles identificam placas de veículos e auxiliam nas ações de trânsito da EPTC.