Eles tomaram conta de Porto Alegre. Bem diferentes do modelo que funcionava na Capital até 2015, os novos relógios de rua são mais modernos e informativos.
Dão informações básicas de hora e temperatura, mas informam sobre os raios ultravioletas e oferecem sinal de Wi-Fi. Com as suas câmeras embutidas, os equipamentos também estão sendo usados para combater o crime na cidade, identificar placas de veículos e auxiliar nas ações de trânsito da EPTC.
Em abril, quatro relógios de rua foram depredados em uma onda de ataques registrada também em Viamão e Gravataí. As câmeras registraram os ataques e foram enviadas para a Polícia Civil.
Antecipação
Na tarde desta quinta-feira (27), o último dos 168 equipamentos será ligado. Ele foi instalado na esquina da Avenida Edvaldo Pereira Paiva com a Rua Nestor Ludwig
A empresa Clear Channel Brasil é a responsável por eles e antecipou em oito meses a colocação de todos os relógios pela cidade. Contratualmente, ela tinha até janeiro de 2022 para terminar a instalação.
- Somente nestes cinco meses de 2021, foram 73 equipamentos acionados. É uma entrega de um mobiliário importante para nossa cidade, com investimento 100% privado - destaca o secretário municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), Pablo Mendes Ribeiro.
Dívida
A instalação e manutenção dos equipamentos não tem custo para a cidade. A prefeitura irá lucrar R$ 81,71 milhões durante os 20 anos de concessão. Desse total, R$ 65,37 milhões serão pagos em 216 parcelas iguais a contar de fevereiro de 2022.
O montante é devido pela Clear Channel Brasil, que usa os espaços de propaganda nos relógios para arcar com os custos, pagar a dívida e lucrar. Porém, quem passa pelos marcadores percebe o número pequeno de anunciantes.
E não é só uma percepção. A arrecadação da empresa está prejudicada. De acordo com a Smoi, do total devido, R$ 8,37 milhões já foram quitados. Resta uma dívida de aproximadamente R$ 8 milhões.
A concessionária pediu para renegociar esses valores. Devido às medidas de restrição impostas pelo coronavírus, a comercialização dos espaços publicitários ficou prejudicada.
Vandalismo
Desde a instalação do primeiro relógio, em agosto de 2020, já foram registradas 30 ocorrências de danos ou depredações aos equipamentos. Em 11 ocasiões os vidros foram quebrados. Houve também 15 casos de furto de cabos e quatro pichações. Os reparos foram feitos pela concessionária, conforme estipula o contrato.