Esse estigma referente às obras da Copa de 2014, em Porto Alegre, vai ainda nos perseguir durante muito tempo. A demora para executar as melhorias para o mundial de futebol no Brasil, bem como todas as intercorrências que surgiram no meio do caminho, deverá ser lembrada pelos moradores da Capital.
Um caso peculiar chamou a atenção nesta quarta-feira (3) em Porto Alegre: uma cratera tomou conta da Avenida Loureiro da Silva, próximo da orla do Guaíba. O buraco tem aproximadamente cinco metros de diâmetro e poderia, facilmente, ter "engolido" um ou mais veículos se o afundamento tivesse ocorrido durante o dia e não na madrugada.
Mas o que a cratera tem a ver com as obras da Copa? Tudo e nada.
O trecho em questão recebeu melhorias às vésperas dos jogos. A Avenida Edvaldo Pereira Paiva foi duplicada, o que incluiu essa região próxima da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Algum motorista mais atento vai perceber que a duplicação da via foi executada em parte nesta região. Somente um lado da avenida foi totalmente ampliada.
O sentido oposto tem um afunilamento. Para o trecho em questão ser alargado seria necessário ocupar parte de um terreno de responsabilidade da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
Como havia uma grande preocupação por parte da prefeitura, para que as intervenções no caminho até o estádio Beira-Rio não extrapolassem o período da realização das partidas na Capital, as articulações burocráticas entre as partes foram interrompidas. E a obra foi executada apenas em parte.
Mas, como bem já informou o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), o buraco surgiu não porque foi uma obra da Copa. Com encanamentos antigos, sujeitos a rupturas, Porto Alegre convive com esse tipo de problema com relativa frequência.
De fato, as obras foram um bom legado que a Copa do Mundo no Brasil nos deixou. Mesmo que tenham demorado tempo demais para ficarem prontas, elas hoje trazem mais melhorias do que problemas ao trânsito. Mas, por um longo tempo, será difícil tirar a pecha que as acompanha.