Qual a tarifa de pedágio mais cara paga atualmente nas rodovias federais do Brasil? Em qual Estado? E as demais? Onde estão localizadas? Na comparação com os demais Estados, como está o Rio Grande do Sul?
Para fazer o levantamento, a coluna analisou os 22 contratos de concessão em atuação no País, que tem a Agência Nacional dos Transportes Terrestres como responsável pela fiscalização. Em alguns casos, as concessionárias cobram valores diferenciados. Dessa forma, 57 tarifas foram encontradas.
Nesta pesquisa não foram avaliados prazos, quantidade de praças de pedágio, obras relacionadas ou extensão em quilômetros que cada concessionária administra. Até porque, os contratos foram sendo assinados ao longo de mais de 20 anos e cada um acaba apresentando peculiaridades diferentes.
O preço analisado se refere ao pago por carros. E, de fato, o pedágio da Ecosul - com seus atuais R$ 12,30 - está presente entre os mais caros. A concessionária, que administra 402 quilômetros da BR-116 e BR-392, no Sul do estado, aparece em 4º lugar.
Ela só perde para duas tarifas cobradas pela empresa CRT, que atua em 142 quilômetros no Rio de Janeiro, que cobra R$ 18,80 e 13,10; e para a Nova Dutra, que tem tarifa de R$ 13,10 em 402 quilômetros da BR-116, entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Com a proposta de redução dos valores, a fim de que o contrato seja prorrogado por um tempo ainda desconhecido, a Ecosul pretende cobrar R$ 7,38. Mesmo assim, a empresa ainda terá uma das mais altas tarifas cobradas nas rodovias federais. Ela passaria do 4º para o 7º lugar.
Como forma de comparação, a CCR ViaSul encontra-se na 33a posição dentro das 57 tarifas cobradas nas rodovias federais do País. Ela cobra R$ 4,70.
Concessão até 2026
As negociações prosseguem. A concessionária busca encontrar, com líderes políticos e empresariais, uma nova proposta. Originalmente, o contrato da Ecosul tinha 15 anos de duração. Começou a valer em julho de 1998 e deveria findar em 2013. Porém, no ano 2000, um aditivo prorrogou o vínculo até abril de 2026.
A Ecosul administra 457,3 quilômetros de estradas no sul do Estado. Na BR-116, o trecho fica entre Camaquã e Jaguarão. Na BR-392, entre Rio Grande e Santana da Boa Vista. Como forma de comparação, é quase a mesma quantidade que a CCR ViaSul tem sob sua responsabilidade - 473 quilômetros entre BR-101, freeway, BR-386 e Rodovia do Parque.
Audiência pública
Na tarde desta quinta-feira (29), o tema será debatido na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A audiência pública foi proposta pelo deputado Marcus Vinícius de Almeida (PP).
- Ao confirmar a existência destas intenções, sempre reconhecendo a importância das obras propostas, porém inseguro quanto a sua viabilidade jurídica e sentindo que o pleito da concessionária não parecia economicamente justo, solicitei na Assembleia Legislativa a realização de uma audiência pública para que o tema pudesse ser conhecido, compreendido e avaliado pela comunidade da Metade Sul - destaca o parlamentar.
Superintendente de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, André Luis Macagnan Freire,já confirmou presença. Ele irá representar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Também participarão representantes da Ecosul, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul, do Porto de Rio Grande, além de deputados federais e estaduais e prefeitos.
As tarifas mais caras cobradas nas rodovias federais do Brasil:
01º) R$ 18,80 - CRT - 142km da BR-116, no RJ;
02º) R$ 14,20 - Nova Dutra - 402km da BR-116, entre RJ e SP;
03º) R$ 13,10 - CRT - 142km da BR-116, no RJ;
04º) R$ 12,30 - Ecosul - 457km da BR-116 e da BR-392 no RS;
05º) R$ 11,60 - Concer - 180Km da BR-040, entre MG e RJ;
06º) R$ 7,80 - MS Via - 847km da BR-163, no MS;
06º) R$ 7,80 - MS Via - 847km da BR-163, no MS;
08º) R$ 7,10 - MS Via - 847km da BR-163, no MS;
09º) R$ 7,00 - MS Via - 847km da BR-163, no MS;
09º) R$ 7,00 - MS Via - 847km da BR-163, no MS;
09º) R$ 7,00 - Rota do Oeste - 850km da BR-163, no MT.