Se o fim do ano trouxe uma boa notícia para as obras da nova ponte do Guaíba, com a liberação parcial da travessia, o mês de abril confirmou a perda de R$ 10,7 milhões. A informação consta em despacho do presidente Jair Bolsonaro a partir da definição do orçamento estimado para 2021.
O montante é 19,34% do total previsto para este ano, que deveria receber R$ 51,70 milhões. Dessa forma, sobrará pouco mais de R$ 41 milhões.
Com este recurso, o governo federal não conseguirá concluir a obra que já tem 95% dos trabalhos realizados e três das sete alças de acesso e saída da ponte liberadas. Um dos trechos mais importantes que ainda não está liberado é o de quem vem do Centro de Porto Alegre pela Avenida Castello Branco e pretende seguir em direção a Eldorado do Sul.
Para poder dar prosseguimento aos trabalhos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) precisa ter dinheiro para poder autorizar a conclusão das quatro alças restantes. Também falta realizar a transferência de aproximadamente 600 famílias que moram nas vilas Areia e Tio Zeca, às margens da Rua Voluntários da Pátria.
Cada família deverá receber entre R$ 152 mil e R$ 178 mil para compra de nova moradia. O valor varia pois depende da quantidade de integrantes de cada moradia. Sendo assim, só para retirar as casas, o Dnit precisaria entre R$ 91,2 milhões e R$ 106,8 milhões.
A projeção vai de encontro ao que havia anunciado o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que prometeu que restante dos trabalhos seria concluído em 2021. Além disso, o contrato com a construtora Queiroz Galvão, responsável pela obra está chegando ao fim em abril e ainda não há informação que será renovado. Caso não seja renovado, já em maio, o restante dos trabalhadores será demitido e o maquinário deixará o canteiro de obras.
No mês passado, o Dnit depositou o valor do reassentamento das primeiras 59 famílias que deixarão as Vilas Areia e Tio Zeca. Porém, pediu para que as audiências só comecem em julho.
- O Dnit solicitou que as audiências sejam realizadas no segundo semestre, razão pela qual os processos foram suspensos por 120 dias. O valor depositado em cada processo possibilita a aquisição de uma moradia por família - destaca o juiz federal Hermes Siedler da Conceição Júnior, responsável pela condução do reassentamento das famílias.
As obras começaram em outubro de 2014 e deveriam ter ficado prontas em 2017. Em dezembro do ano passado, o governo federal realizou solenidade que liberou a travessia na ponte e o uso de três das alças da travessia.