As obras da nova ponte do Guaíba receberam, neste semestre, um montante de verba poucas vezes liberado pelo governo federal. Este foi o principal motivo para a construção ganhar um ritmo tão intenso de trabalho, a ponto do evento de inauguração parcial da travessia estar marcado para esta quinta-feira (10).
Definida como prioridade pelos três últimos governos, a construção atingiu os 95% de conclusão. Mas e os 5% restantes, que irão permitir a entrega das outras quatro alças de acesso que sequer foram construídas? E o que acontece com a obra a partir do dia 11?
A obra irá parar. Mas isso não significa que ela deixará de ter a prioridade do atual governo. Alguma movimentação de operários do consórcio Ponte do Guaíba será percebida pelos próximos dias, mas apenas serviços complementares, ajustes que serão feitos a partir do trabalho já realizado até aqui. Além disso, possíveis falhas serão prontamente corrigidas pelas empresas responsáveis.
Porém a frente de trabalho será outra. A atuação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se dará no reassentamento de aproximadamente 500 famílias que moram nas vilas Areia e Tio Zeca, às margens da Rua Voluntários da Pátria, no bairro Humaitá. A autarquia promete que estará encaminhando, em breve, os pedidos de início das audiências de conciliação para a Justiça Federal.
Este processo costuma demorar alguns meses do momento da apresentação das documentações necessárias, realizações dos mutirões e escolhas das novas moradias. A partir das primeiras transferências, o Dnit poderá já planejar a retomada dos trabalhos.
Atualmente é difícil prever por quanto tempo a construção ficará parada. Mas é possível imaginar que serão alguns meses de negociações. Enquanto o consórcio Ponte do Guaíba não puder finalizar a construção, os motoristas que saem do centro de Porto Alegre precisarão continuar usando a antiga travessia para se deslocar para a Zona Sul do Estado.
A alça que descerá no bairro Humaitá, de quem vem de Eldorado do Sul; o sentido inverso deste mesmo deslocamento, e a possibilidade dos motoristas que estão no Litoral Norte e desejam acessar o bairro Humaitá são os três acessos restantes que só serão construídos a partir da remoção das moradias atuais. O Dnit garante, inclusive, que recursos para essas demandas já estão separados.