O antigo prédio Companhia Riograndense de Laticínios e Correlatos Ltda (Corlac), que ainda restava em pé, começou a ser demolido. Os trabalhos começaram há uma semana. Localizado na zona norte de Porto Alegre, o imóvel está desativado há três décadas.
Na quarta-feira (24), uma escavadeira chegou a ser usada para colocar abaixo a estrutura localizada em uma quadra no bairro São João. A poeira ocasionada pela demolição formou uma grossa camada de poeira nos veículos estacionados na Rua Carlos Von Koseritz.
Antes disso, há algumas semanas, o terreno já havia passado por uma limpeza superficial, com o corte do matagal que tomou conta da área. Procurada, a empresa Torre de Pedra Empreendimentos Imobiliários, dona do imóvel, não retornou os contatos feitos pela coluna.
De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, a empresa Torre de Pedra tem autorização desde 2010 para realizar a demolição, que chegou a ser iniciada, mas foi interrompida na sequência. Ainda não há informação sobre o que será feito no local.
- A Prefeitura ainda não recebeu projeto para um empreendimento no local, mas é parceira para dar um destino adequado à área, garantindo um espaço de lazer e novas opções de serviços para os moradores do entorno -, afirma o secretário Germano Bremm.
Leilão realizado há 11 anos
A Corlac foi extinta em 1993 pelo governo do Estado. Ela teve diversos terrenos pelo Rio Grande do Sul. Alguns foram repassados para outras cooperativas ou associações. Em Porto Alegre, a cooperativa deixou abandonada a área de 9,3 mil metros quadrados no bairro São João, durante décadas.
Em 2009, um leilão foi realizado pelo governo gaúcho para repassar o terreno para a iniciativa privada. A área localizada na quadra entre as ruas Dom Pedro II (Terceira Perimetral), Carlos Von Koseritz, Dona Leopoldina e Barão do Cotegipe, foi arrematada por R$ 13,61 milhões pela única empresa que apresentou proposta: a Torre de Pedra. O valor foi apenas R$ 33 mil acima da proposta mínima, de R$ 13,57 milhões.
Uma autorização para a realização de Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) chegou a ser solicitada em 2016 à prefeitura. Ele foi solicitado pela construtora Cyrela Goldsztein, porém o projeto foi arquivado.
Quando realizou a compra, a empresa se comprometeu a destinar 30% do terreno para a construção de uma praça e manter 20% de área verde.