Se faltam obras no entorno e desfecho na compra da gestão da Arena do Grêmio, sobram discussões e polêmicas. Mais uma se soma às intermináveis batalhas jurídicas.
A Federação dos Círculos Operários do Rio Grande do Sul (Fcors) e o Círculo Operário Porto Alegrense (Copa) estão cobrando a construtora OAS na Justiça. As duas entidades alegam que ainda têm a receber R$ 26,5 milhões da empresa referente à venda do terreno onde encontra-se o complexo da Arena do Grêmio.
No local, funcionava a Escola Técnica Santo Inácio. Na área de 38 hectares foram construídos o condomínio Liberdade I (torres 3, 4, 5, 6 e 7) e condomínio Liberdade II.
- As entidades estão em situação financeira difícil e não conseguem prosseguir com o trabalho social que há anos desenvolvem - destaca o advogado Roosevelt Hanoff, do grupo Hanoff, que assessora as duas entidades.
De acordo com o advogado, a construtora já foi intimada pela Justiça a fazer o pagamento, mas ainda não o fez. Antes disso, o valor também já foi protestado em cartório.
- Na realidade trata-se de um calote. Estão na posse da área, vão vender os apartamentos, enfim, todos os envolvidos terão benefícios financeiros e os credores ficam sem os recursos que são objetos de assistência social. Lamentamos que a prefeitura não se imponha, tratando-se de uma verba assistencial - avalia Hanoff.
O advogado ainda lembra que a OAS mudou a razão social para Metha S/A, com capital social de R$ 547,69 milhões e não se preocupou "em resgatar um compromisso com entidades assistenciais".
- Chama atenção o fato de deixarem protestar em cartório o débito apresentado pelos credores - conclui o defensor das duas entidades.
Uma das últimas ações foi ingressar com petição no processo que trata do acordo das obras do entorno da Arena. A intenção é impedir que a prefeitura forneça o habite-se para a construtora enquanto o valor não for pago. A juíza Nadja Mara Zanella indeferiu o pedido e a defesa estuda recorrer da decisão.
Procurada, a construtora OAS destacou que ainda apresentará sua defesa, conforme lhe é autorizado por lei. "Há várias questões a serem controvertidas neste processo", finaliza nota encaminhada pela assessoria da empresa.
Na quinta-feira (25) está marcada uma nova audiência para tratar do acordo para a retomada das obras do entorno da Arena. A expectativa é que, neste terceiro encontro, desde a retomada das negociações, seja possível concluir as negociações.
O presidente do Grêmio pensa diferente. Romildo Bolzan não crê em solução até o fim do ano e chegou a dizer: "não acredito mis em nada".