Após o Ministério do Desenvolvimento Regional anunciar o repasse de R$ 10 milhões para a Trensurb, como crédito suplementar, a empresa definiu onde irá investir o recurso. Este foi o primeiro crédito suplementar do ano que foi direcionado para a empresa. A verba não poderá ser usada nas despesas do dia a dia. Dessa forma, o recurso precisa ser usado em aquisições ou projetos.
A maior parte dos recursos, em torno de R$ 6,5 milhões será investida em várias reformas, conforme informou o diretor-presidente da Trensurb, Pedro Bisch Neto. O principal investimento será destinado para a reforma das estações com maior movimento e que foram construídas há mais de 35 anos.
Algumas já foram definidas: estação Rodoviária, em Porto Alegre; estação Mathias Velho, em Canoas; e estação Sapucaia, em Sapucaia do Sul. Elas receberão nova pintura, reforço na iluminação, conserto das escadas fixas, reforma nos terminais de ônibus e passarelas, entre outros serviços. Também haverá adequação às adaptações de acessibilidade.
- Nossa qualidade tem que começar já na calçada - destaca Bisch Neto.
Os R$ 3,5 milhões restantes serão investidos em um novo sistema de sinalização, compra de novos monitores para o centro de controle, compra de novos nobreaks e investimento no local onde os trens são consertados.
O martelo foi batido na última reunião do Conselho de Administração da empresa, em 24 de julho. Um pedido frequente dos usuários do trem não será atendido. Os passageiros gostariam de contar com ar-condicionado nos 25 veículos da série 100, construídos no Japão e entregues em 1984 para o início da operação na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Há um ano e meio, o então diretor-presidente da Trensurb, David Borille encaminhou documento ao Ministério do Desenvolvimento Regional sugerindo que, se houvesse aumento da tarifa, de R$ 3,30 para R$ 4,20, poderia avaliar a instalação de aparelho de ar-condicionado nos trens antigos.
Seriam necessários R$ 363 mil para dar a largada no projeto. Este era o custo estimado para contratar a empresa que precisa fazer a avaliação. Na ocasião, não havia previsão para este gasto no orçamento.
O reajuste foi aprovado e passou a valer em 13 de março de 2019, a verba extra chegou em 2020, mas a ideia de climatizar os veículos antigos foi aposentada. Segundo o diretor-presidente da Trensurb, Pedro Bisch Neto, os trens japoneses são antigos e precisam ser substituídos.
- Os trens da série 100 precisam ser substituídos. Instalar ar-condicionado neles é um processo muito caro. Os custos com energia, que já são altos (com estes veículos), ficariam maiores. Eles vão durar ainda mais cinco ou dez anos. O plano ideal é uma nova frota. Apesar de ser uma troca cara, ela precisa já começar a ser discutida - destaca Bisch Neto.
A troca não ocorrerá em breve. Mas a Trensurb já está prevendo no seu plano plurianual, para os próximos anos. Ainda é cedo para dizer, por exemplo, se essa troca seria realizada toda de uma vez ou em duas ou três etapas.