O caso já foi arquivado, tanto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) quanto pelo Ministério Público Federal. Porém, a altura da nova ponte, na região do Canal Furado Grande, vai continuar levantando suspeitas sempre que o Guaíba apresentar cheia considerável.
Desta vez não é diferente. A Prefeitura de Porto Alegre já está monitorando as ilhas. Famílias estão saindo de casa. A previsão indica que a elevação poderá ocorrer até 13 de julho.
Com isso, quem passa pela região questiona se, de fato, a ponte não poderia ser construída mais alta. Se o nível do Guaíba subir mais dois metros no local, há risco da estrutura ser levada pela força da água. Caso a passagem de veículos já fosse permitida, a ponte precisaria ser interditada e carros, caminhões e motos teriam que, obrigatoriamente, voltar a usar a elevada mais antiga.
Em maio de 2019, a coluna divulgou com exclusividade que a empresa Ecoplan, responsável pela supervisão da obra, oficiou o Dnit informando que parte da elevada, construída entre a Ilha Grande dos Marinheiros e a Ilha do Pavão, foi construída 44 centímetros mais baixa, segundo determinava o edital e o Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem do Dnit.
A autarquia chegou a determinar a interrupção dos trabalhos para que uma investigação fosse realizada. Mas, em julho do ano passado, a construtora Queiroz Galvão recebeu a autorização para retomar o trabalho na região.
Em março de 2020, o Ministério Público Federal decidiu arquivar o procedimento que apurava possível irregularidade na construção da nova ponte do Guaíba. De acordo com o procurador da República, Enrico Rodrigues, as explicações fornecidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Rio Grande do Sul (Dnit-RS) foram suficientes para descartar risco à obra.