Nove meses depois de abrir investigação, o Ministério Público Federal decidiu arquivar o procedimento que apurava possível irregularidade na construção da nova ponte do Guaíba. De acordo com o procurador da República, Enrico Rodrigues, as explicações fornecidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Rio Grande do Sul (Dnit-RS) foram suficientes para descartar risco à obra.
"Por todo o exposto, entende o MPF que o DNIT, dentro do regime e dos parâmetros de contratação, demonstrou que as medidas adotadas bem como os estudos realizados são aptos a assegurar que a altura e traço geométrico da ponte sobre o Canal Furado Grande, localizada entre a Ilha Grande dos Marinheiros e a Ilha do Pavão é apta e viável ao fim ao qual se destina, encontrando-se dentro dos limites técnicos e normatizados, bem como obedecendo aos termos da licitação e contratação", relata Rodrigues em documento assinado na terça-feira (10).
Ainda segundo o procurador, a obra está regular e segura do ponto de vista hidrológico. A decisão será avaliada agora pela 1ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal.
Em maio do ano passado, a coluna divulgou que a empresa Ecoplan, responsável pela supervisão da obra, oficiou o Dnit informando que parte da elevada, construída no Canal Furado Grande, localizada entre a Ilha Grande dos Marinheiros e a Ilha do Pavão, foi construída 44 centímetros mais baixa, segundo determinava o edital e o Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem do Dnit.
A autarquia chegou a determinar a interrupção dos trabalhos para que uma investigação fosse realizada. Mas, em julho do ano passado, a construtora Queiroz Galvão recebeu a autorização para retomar o trabalho na região.
Apesar do arquivamento do assunto no MPF, o caso segue em apuração na Controladoria-Geral da União (CGU). A CGU é um órgão de controle interno do Governo Federal responsável por realizar atividades relacionadas à defesa do patrimônio público, por meio de ações de auditoria pública.