As obras no trecho de 200 metros da nova ponte do Guaíba, que foi construído 44 centímetros mais baixo do que o estipulado no edital, caíram no radar do Ministério Público Federal (MPF). Um procedimento preparatório, chamado de Notícia de Fato, foi instaurado na segunda-feira (3) a partir da divulgação da coluna na quinta-feira (30) por GaúchaZH.
O caso ficará sob responsabilidade do procurador da República Enrico Rodrigues, do Núcleo do Controle da Administração. Este procedimento é instaurado para apurar notícias de irregularidades quando os fatos ou a autoria não estão claros.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já foi oficiado para prestar os primeiros esclarecimentos. Depois de reunidas mais informações, o caso pode se transformar em inquérito civil.
Na terça-feira (4), o Dnit autorizou o consórcio responsável pela construção da nova ponte do Guaíba a retomar os trabalhos no Canal Furado Grande. Porém, a autarquia ainda não decidiu se o trecho entre as ilhas do Pavão e dos Marinheiros terá ou não que ser corrigido.
A autorização atende pedido das empresas, que protocolaram pedido na semana passada. O consórcio afirma que ainda há serviços a serem feitos mesmo que, no futuro, o Dnit decida por elevar essa parte da ponte. A autorização neste momento evitaria atrasos ainda maiores no cronograma das obras.
Os trabalhos no local estavam suspensos desde 2 de abril. Em 29 de março, a Ecoplan Engenharia - contratada para fazer a supervisão da construção - oficiou a autarquia avisando que a ponte no Canal Furado Grande foi construída fora dos parâmetros exigidos em edital.