O dia era 10 de julho de 2006. Uma segunda-feira. Há 14 anos, a duplicação da RS-118 era iniciada. De forma desorganizada, incompleta e sem realizar a tarefa mais difícil, que envolvia o reassentamento de famílias que moravam às margens da rodovia.
E a forma como a obra foi realizada precisa ser lembrada para a fórmula não ser repetida. Um dos maiores erros cometidos, por exemplo, foi autorizar o início da construção de viadutos sem prever, na mesma licitação, a pista de acesso a eles. Por isso, durante anos, era possível ver as estruturas prontas, mas sem que houvesse asfalto para que os veículos começassem a usá-las.
Dos 21 quilômetros que precisavam passar por obras, o governador Germano Rigotto, assinou o começo dos trabalhos em um trecho de dois quilômetros, na região de Gravataí. Naquela época, a então secretária dos Transportes, Gertrudes Pelissaro, destaca que a duplicação da rodovia era uma antiga reivindicação da comunidade da Região Metropolitana.
No governo de Yeda Crusius, alguns novos anúncios de obras foram feitos. Em junho de 2009, por exemplo, foi autorizada a construção do primeiro dos viadutos necessários: sobre a Avenida Dorival Cândido de Oliveira. Mas, somente em dezembro de 2010, em vez de dois, a governadora autorizou a duplicação em seis quilômetros da rodovia.
Foi no governo de Tarso Genro, porém, que os trabalhos mais saíram da estagnação. Ainda sem a publicação de todas as licitações necessárias, mas já começando a enfrentar, por exemplo, o reassentamento das famílias que moravam às margens dos 21 quilômetros.
Em abril de 2012, as obras já ocorriam em 17 quilômetros. Mesmo assim, ainda havia licitações necessárias que ainda precisavam ser lançadas. Em outubro daquele ano, o diretor de Operação Rodoviária do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Cleber Palma Domingues, informou que não havia previsão para a conclusão da duplicação da RS-118 em decorrência da grande quantidade de problemas que atrapalham o desenvolvimento do projeto final. Mas o então secretário estadual dos Transportes, Beto Albuquerque, desautorizou o diretor e confirmou o que se sabe não foi cumprido: que a duplicação seria concluída até o final de 2014.
Em setembro de 2013, os primeiros dois quilômetros de pista nova foram liberados para uso, mas ainda sem que fosse feita a recuperação da pista antiga.
No governo de José Ivo Sartori, as obras na rodovia ficaram paradas nos primeiros anos, por falta de recurso, mas a partir da segunda metade da última gestão, os trabalhos ganharam corpo. As últimas licitações e atualizações de contratos foram feitos.
Em setembro de 2018, os usuários ganharam os primeiros três quilômetros de pista duplicada e recuperada.
No governo de Eduardo Leite, os primeiros seis meses foram de obras paradas, por falta de recursos. Porém, o governador anunciou que a duplicação não pararia mais por causa de dinheiro. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 131 milhões.
Atualmente, a duplicação se encaminha para o fim. Dois viadutos são as próximas obras a serem entregues: sobre a linha do Trensurb e o da Avenida Theodomiro Porto da Fonseca, ambos em Sapucaia do Sul. Um pouco mais atrás está a duplicação dos cinco quilômetros iniciais da rodovia, que deve ficar pronta até o fim do ano.
Ainda é aguardada a pavimentação complementar entre os quilômetros 5 e 21, de Sapucaia do Sul a Gravataí. Este trecho da duplicação já está em uso desde abril, mas precisa receber novas camadas de asfalto para ser considerado concluído. A previsão é concluir este trabalho até o fim do ano.
Pelo visto, a duplicação não irá completar 15 anos. Mas os gaúchos bailaram muito atravessando a rodovia neste período.