A duplicação de 21 quilômetros da RS-118, entre Sapucaia do Sul e Gravataí, é uma das obras mais demoradas em andamento no Rio Grande do Sul. As primeiras licitações feitas pelo governo do Estado começaram a ser realizadas no início dos anos 2000. A duplicação só começou em 2006 e, de lá para cá, aproximadamente 70% dos trabalhos foram concluídos. A expectativa é que os serviços sejam finalizados até o fim do ano que vem.
Mas a coluna encontrou uma obra licitada antes mesmo que a RS-118 e que em mais de 20 anos teve apenas 5% dos serviços realizados até agora. Estamos falando da RS-126, no norte do Estado. Os 23 quilômetros da rodovia, entre São Jorge e Nova Araçá, são de chão batido.
A obra foi licitada em 1998. Iniciou e foi interrompida no mesmo ano. O governador era Antonio Britto. Neste ano, Titanic estreava nos cinemas e você ainda nem conhecia a música "My Heart Will Go On", cantada pela Céline Dion. Fernando Henrique Cardoso era reeleito presidente do Brasil. De lá para cá, a seleção brasileira de futebol já jogou seis copas do mundo. E o Rio Grande do Sul já está no seu sexto governador diferente.
A ordem de reinício pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) em julho de 2018, durante o governo de José Ivo Sartori. Os trabalhos foram concentrados em três quilômetros entre Guabiju e São Jorge. Já foi realizada a parte de drenagem e quase toda a terraplenagem.
- A empresa detentora do contrato (SBS) está mobilizada e com potencialidade para execução da obra. No entanto, desde a virada do ano, o ritmo dos trabalhos foi bastante reduzido, pois aguarda o posicionamento do Estado pela continuidade ou não -, informa o prefeito de Guabiju, Diego Vendramin.
O Daer informa que o contrato está sendo executado. Contratualmente, a obra deveria ser realizada até agosto de 2019. Porém, apenas R$ 1,38 milhão foi investido até agora. Não há previsão para finalizar os trabalhos, pois os recursos estão saindo do caixa único do governo. O custo total da pavimentação é de R$ 28,64 milhões.
"O contrato da RS-126 está ativo e não paralisado. Neste momento, o Estado está definindo obras prioritárias, de acordo com a disponibilidade de recursos", destaca a autarquia por meio de nota.
A pavimentação deste trecho é esperada não só pelas prefeituras da região, mas produtores, comerciantes e empresários. Essa obra beneficiará quem precisa se deslocar, principalmente entre os municípios da Serra e o este catarinense.
- O problema que todo trabalho realizado até agora está se perdendo, e os investimentos já realizados também. O trecho encurta em mais de 100 quilômetros para os caminhoneiros e usuários que se dirigem a Santa Catarina e São Paulo e para os municípios do Norte do Estado, que se deslocam em direção a Serra e Capital gaúcha -, diz o advogado Flávio Comunello.