O futuro da duplicação da RS-118 deverá ser conhecido até o próximo mês. De acordo com o governador Eduardo Leite, as dívidas do governo passado estão sendo pagas e a definição do valor que será investido em 2019 na obra ocorrerá "em breve".
Do total devido para as empresas que fornecem asfalto e para as que executam as obras nos 21 quilômetros entre Gravataí e Sapucaia do Sul, o Piratini já pagou R$ 11 milhões. Falta ainda quitar aproximadamente R$ 6 milhões. Enquanto o dinheiro não vem, as construtoras estão parando ou reduzindo o ritmo das obras.
Uma das empresas impactadas é a Toniolo, Busnello. Na terça-feira (09), a Justiça autorizou a recuperação judicial da empresa, conforme divulgou a colunista Giane Guerra. O total de dívidas da construtora supera R$ 153 milhões.
Na semana passada, a construtora parou a duplicação no trecho de sua competência, que envolve cinco quilômetros em Sapucaia do Sul. Porém, a empresa informa que seguirá atuando onde vem recebendo em dia. E a obra do Pontal do Estaleiro está nessa relação.
- A RS-118, ao menos no nosso trecho do, não tem orçamento. Aqui em Porto Alegre, continua (a obra do) Pontal do Estaleiro e no Brasil (prosseguem) as obras de mineração - informou o diretor da construtora Humberto Busnello.
A construtora Sultepa é responsável pelo restante da duplicação, em 16 quilômetros da rodovia entre Gravataí e Sapucaia do Sul. A empresa também está em recuperação judicial e suspendeu a obra por falta de pagamento a partir de janeiro. Os trabalhos foram retomados em março, com a promessa que o Piratini vai voltar a pagar.
Desde 2014, com a crise que afeta o setor da construção, os governos têm enfrentado dificuldade em honrar os compromissos assumidos. Contratos que não são financiados por bancos nacionais ou internacionais, e que dependem do caixa único dos governos, foram os primeiros a serem comprometidos. As administrações públicas eram as principais fontes arrecadadoras das construtoras. Brasília Guaíba, Conpasul, Mac Engenharia, Conterra, Iccila e Ribas Construtora são algumas outras grandes empresas gaúchas do setor que enfrentam o processo de recuperação judicial.