Máquinas na pista, terra remexida, desvios que dificultam a travessia. O cenário atual da RS-118 em nada lembra aquela rodovia de pista simples, esburacada e margeada por casebres.
Desde que a duplicação entre Gravataí e Sapucaia do Sul foi iniciada, há 12 anos e 4 meses, a duplicação nunca esteve tão próxima do fim. Além da construção da pista nova, a antiga também está sendo restaurada.
De todas as intervenções previstas nos 21 quilômetros da obra, dois dos sete viadutos e pontes já estão concluídos (da Avenida Frederico Ritter e da Avenida Itacolomi). Até agora, os usuários da rodovia trafegam por 10,5 quilômetros de pista nova e em 5 quilômetros do trecho velho.
Há pouco mais de um ano, o então secretário dos Transportes, Pedro Westphalen chegou a anunciar que a duplicação seria inaugurada em dezembro de 2018. O discurso foi mantido até recentemente.
Porém, a falta de pagamento às construtoras fez com que o ritmo das obras diminuísse. Em novembro, com 43 dias de atraso, o governo conseguiu repassar R$ 18 milhões para a duplicação, o que garantiu a retomada das atividades.
Sanado momentaneamente o problema em caixa, a dificuldade agora é a falta de asfalto. Desde o fim de setembro, as construtoras não conseguem material para seguir a nova pavimentação da rodovia. Os seguidos reajustes financeiros do contrato com a Petrobras têm sido um grande adversário.
Segundo o secretário estadual dos Transportes, Humberto Canuso, este problema deverá ser resolvido na próxima semana. O assunto será discutido com a área econômica do governo.
- Não teremos mais problema de redução de fornecimento de Cap (Cimento Asfáltico de Petróleo). Pelo menos até um novo reajuste. Se houver outro reajuste, a novela recomeça - diz Canuso.
A troca de governo também preocupa as construtoras. O medo das empresas é não receber pelos serviços executados.
- Tecnicamente, não há problemas - diz um representante de uma empresa, que prefere não se identificar e que vê risco dos pagamentos serem afetados neste momento de transição.
Pela previsão atual da Secretaria Estadual dos Transportes, a obra ainda precisa de aproximadamente R$ 50 milhões para ser concluída. Se o recurso chegar nos próximos meses, enfim, a duplicação poderá ser inaugurada em junho de 2019.
Obras concluídas:
- Duplicação e recuperação da pista antiga entre os kms 5 e 8 e entre os kms 9,1 e 11,6, em Gravataí;
- 10,5 quilômetros de pista nova construída e entregue;
- Viaduto Ritter, em Cachoeirinha;
- Viaduto da Avenida Itacolomi.
Obras em andamento:
- Duplicação do lote 1, do km 11 ao 21;
- Duplicação do lote 2, do km 5 ao 11;
- Duplicação da lote 3, do km 0 ao 5;
- Recuperação de pista entre os km 5 ao 11 e km 11 ao 21,5;
- Construção do viaduto da Avenida Marechal Rondon;
- Construção de elevada sobre o poliduto da Transpetro;
- Construção de viaduto sobre a Avenida Theodomiro Porto da Fonseca;
- Sinalização da nova pista;
- Viaduto sobre a linha do trensurb;
- Pontes do Arroio Sapucaia;
- Elevação do viaduto da RS-020.
Licitação concluída:
- Projeto de construção de seis passarelas.