Quadro Estamos em Obras, no programa Acerto de Contas do último final de semana. Domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha. Com Jocimar Farina.
A duplicação da RS-118 está sentindo a falta de pagamento devido pelo governo do Estado. São mais de R$ 30 milhões em valores atrasados. Serviços como a concretagem da nova pista, que ocorria em ritmo forte, não estão sendo feitos. A duplicação da rodovia da Região Metropolitana é considerada prioritária pelo Piratini.
Caminhões das empresas terceirizadas, que auxiliavam os trabalhos das responsáveis diretas pela duplicação, não estão mais sendo vistos, segundo relatos de profissionais ligados à duplicação.
Uma das obras, iniciada neste ano, reduziu em um terço o ritmo de trabalho. O empresário prefere não ter seu nome e a obra revelados sob pena de sofrer alguma represália.
Para complicar ainda mais o cenário, a Petrobras atrasou a produção de cimento asfáltico de petróleo (CAP). Mesmo que se tivesse, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) não tem dinheiro para fazer os pagamentos necessários. Também por causa disso, a pavimentação da pista antiga está parada. Dessa forma, a intenção de entregar parte da obra até o fim do ano está cada vez mais afastada.
Na semana passada, o secretário estadual da Fazenda, Luiz Antônio Bins, informou que o governo iria transferir recursos para evitar que a obra parasse. Porém, até a manhã desta segunda-feira (5), o dinheiro ainda não havia chegado.
O diretor presidente da Sultepa, Ricardo Portella, recebeu a informação que integrantes do governo vão acertar durante a tarde desta segunda-feira o cronograma de pagamentos para a obra. Ele não diz se a sua empresa reduziu o ritmo dos trabalhos. A Secretaria Estadual dos Transportes foi procurada por GaúchaZH e ainda não confirmou esta reunião. Porém, informa que o secretário está tratando diretamente do assunto.
Desde o ano passado, o governo promete que concluiria a duplicação até o fim de 2018. O então secretário dos Transportes Pedro Westphalen dizia que todas as condições para o término da obra seriam dadas e somente situações adversas, como excesso de chuva e demora no reassentamento das famílias, poderia atrapalhar os planos.
As obras entre Gravataí e Sapucaia do Sul começaram em julho de 2006, mas só passaram a apresentar avanço, de fato, a partir de 2011. Em 2012, a obra chegou a receber o maior investimento até então. Foram R$ 27 milhões, no segundo ano da gestão de Tarso Genro. Porém, em outubro de 2014, após as eleições, a duplicação parou por falta de recursos.
Nos dois primeiros anos da gestão de José Ivo Sartori a obra não avançou. A alegação do governo é que este período serviu para planejar os trabalhos. A duplicação só foi retomada em 2017. Segundo dados divulgados recentemente pela Secretaria dos Transportes, a duplicação e restauração da RS-118 já recebeu R$ 151 milhões em investimentos na atual gestão. Os recursos são do caixa do Tesouro do Estado.