Dois meses já se passaram desde que começaram as obras de recuperação de parte da área do Cais Mauá, na orla do Guaíba. A região de 19 mil metros quadrados entre a Usina do Gasômetro e o armazém A-7 está sendo revitalizada dentro do projeto Embarcadero.
O cronograma vem sendo cumprido e metade dos trabalhos previstos já foi realizada. Desde novembro, o foco tem sido a realização de obras de infraestrutura. Segundo o diretor executivo do Embarcadero, Juan Moro, 80% da rede de esgoto, que não existia, já está finalizada. A construção da rede de água tem 30% dos serviços realizados. A obra da parte elétrica, que também não existia na região, está começando agora. Haverá a construção de uma subestação de energia.
O armazém A-7 - que não é tombado pelo patrimônio histórico e que no projeto final aprovado pelos governos será demolido - está sendo limpo e os pilares e as paredes estão sendo recuperados. Quando houver a inauguração, 80% dele será aberto para eventos. Os demais 20% servirão de depósito para os restaurantes.
Nas próximas semanas está previsto também a colocação e recuperação do pavimento, colocação da cobertura da área externa do armazém, onde serão os restaurantes. Os primeiros contêineres começarão a chegar no local ainda em janeiro. Eles servirão de instalações para os restaurantes, lojas e espaços de convívio.
No fim de fevereiro, os lojistas começarão a se instalar e fazer suas obras internas. O mês de março deve servir para realizar o serviço de iluminação, paisagismo e ajustes finais do armazém A-7. Apesar do prazo apertado, a conclusão dos trabalhos está sendo planejada para ocorrer a tempo do espaço ser aberto no aniversário de Porto Alegre, em 26 de março.
As obras estão sendo feitas mesmo em meio à disputa judicial envolvendo o governo gaúcho e a empresa Cais Mauá do Brasil (CMB), vencedora de licitação realizada em 2009. Isso está ocorrendo porque as empresas DC Set e Tornak, que desenvolvem o projeto Cais Embarcadero, receberam sinal verde de ambas as partes.
Projeto Embarcadero
A proposta tem a intenção de mudar a paisagem em 640 metros da orla do Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro. O projeto pretende oferecer espaços para contemplar o pôr do sol, para prática de esportes, com restaurantes e lancherias, entre outras atrações.
A previsão de ocupação do local é de 5 mil a 7 mil pessoas por dia. Aos finais de semana a expectativa é que o público possa chegar a 15 mil pessoas por dia.
A Rua Pôr do Sol, por exemplo, está localizada entre o Armazém A7 e o Guaíba. Na frente do conjunto de seis galpões, contêineres serão instalados. Neles, seis restaurantes vão oferecer almoço, janta e happy hour para até 700 pessoas. Três marcas já foram divulgadas. São elas: Amicci, 20barra9 e Bah.
Ao lado da área gastronômica, está o beach club. Será uma área para contemplar o rio, com até 400 cadeiras dispostas, com serviço de venda de bebida e um mini-palco para shows.
Uma outra área de alimentação do Embarcadero vai oferecer lanches rápidos. Junto a ele haverá também um parque com brinquedos infantis. Três quadras de esportes de areia também estão contempladas no projeto.
Um "mini mall" vai oferecer opções de serviço para os frequentadores. Os artistas locais terão a chamada "esquina das artes". O espaço terá feiras e mostras culturais. O tradicionalismo estará representado na "praça do gaúcho", com comercialização de produtos típicos.
A prainha terá uma arquibancada para as pessoas ficarem sentadas mais perto do Guaíba. O Embarcadero terá ainda banheiros, enfermaria, bicicletário e 600 vagas para veículos em duas áreas de estacionamento.