Um passo importante foi dado para que a antiga linha do aeromóvel da Usina do Gasômetro, no Centro Histórico de Porto Alegre, possa ser reativada. A Fundação Luiz Englert, entidade de apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que foi contratada pela empresa Aeromovel do Brasil, emitiu laudo preliminar apontando que a estrutura está apta.
"A equipe técnica pode afirmar com total certeza que as manifestações patológicas detectadas durante a vistoria minuciosa da Lina Piloto do Aeromóvel não afetaram a sua Estabilidade Estrutural e, portanto, uma vez recuperada pode ser reativada para uso como via para o Aeromóvel", informa o documento.
A análise nos 1.068 metros foi feita em duas etapas. A primeira ocorreu no trecho construído em 1982, mais próximo da estação situada na Avenida Loureiro da Silva. Foram identificados desgastes mas que não afetam a estabilidade estrutural do trecho. Eles poderão ser eliminados após recuperação do concreto dos pilares e de alguns pontos das vigas.
A segunda vistoria foi feita na região construída entre 1988 e 1989, que envolve a estação localizada próxima a Usina do Gasômetro. O estado de conservação está melhor e a recuperação necessária é menor.
A partir desta constatação preliminar, a definição necessária que a prefeitura terá que fazer agora envolve a formulação do contrato, que definirá como o investimento será feito e qual retorno financeiro que a empresa receberá.
A operação está sendo estudada pela prefeitura. A estimativa da Aeromovel do Brasil é que seja necessário fazer um investimento de R$ 20 milhões e contrato teria que dar um prazo de retorno financeiro de aproximadamente 20 anos.
- Já existe uma sinalização da prefeitura, de contrapartida para isso, que seria o projeto de um sistema aeromóvel para toda a orla. Isso seria uma eventual contrapartida pela operação comercial da linha antiga do gasômetro - relata o diretor-executivo da empresa Marcos Coester.
O projeto apresentado à prefeitura, em setembro de 2019, propõe a restauração da estrutura que sustenta os trilhos — que começa próximo ao prédio da Receita Federal e termina na praça em frente ao Gasômetro — e o seu prolongamento pela orla do Guaíba. A intenção é transformar o aeromóvel em um transporte turístico que interligaria parques como a orla, o Marinha e o Maurício Sirotsky Sobrinho.
O veículo antigo foi retirado do trecho em outubro do ano passado. Se o projeto for viabilizado, a via ganhará um modelo geração seis, da Marcopolo, mesmo que foi usado no projeto do aeromóvel de Canoas.