Apresentado há 37 anos como promessa de inovação, o aeromóvel do Gasômetro será removido nesta quarta-feira (2) em situação bem menos atraente: o veículo de alumínio e madeira, depenado por dentro e vandalizado por fora, se despede sem jamais ter funcionado além de alguns testes.
Mas a empresa Aeromóvel Brasil tem um plano vistoso. Apresentou à prefeitura, no mês passado, uma proposta que vem sendo debatida em vários setores do governo: a ideia é restaurar a estrutura que sustenta os trilhos – ela começa próximo ao prédio da Receita Federal e termina na praça em frente ao Gasômetro – e prolongá-la pela beira do Guaíba.
Seria um meio de transporte turístico, para as pessoas se deslocarem na orla do Guaíba de uma ponta à outra. Vale lembrar que, com a revitalização dos trechos 2 e 3, a nova Orla se estenderá até o Parque Gigante. E, na mesma região, o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Harmonia, também deve receber obras de renovação.
– Precisamos, de fato, encontrar uma solução de mobilidade que permita a integração desses parques. Você pode fazer o caminho de patinete ou bicicleta, mas seria a melhor alternativa para uma família? – pergunta o secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro.
Segundo Thiago, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) está analisando a proposta da Aeromóvel Brasil – depois, o órgão vai emitir um parecer jurídico. A pergunta que a PGM precisa responder é: poderia a prefeitura conceder uma permissão de uso para a empresa? Essa seria, certamente, a opção mais rápida, porque não haveria necessidade de licitação.
Mas, se a procuradoria concluir que existem outras empresas, além da Aeromóvel, que poderiam oferecer um serviço de transporte semelhante, aí o processo licitatório se tornaria indispensável. E poderia levar meses ou anos.
Por enquanto, o que temos é o fim do veículo que, desde os anos 1980, paira ocioso sobre a cidade. Um guindaste deve removê-lo às 9h desta quarta-feira (2) – duas pistas da Avenida Loureiro da Silva serão bloqueadas para a operação.