A marcha à ré engatada pelas fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do Rio Grande do Sul deve ficar em 2024. Diferentes indicativos fazem com que se tenha uma projeção de estabilidade ou até mesmo alta nos negócios em 2025.
O mais recente veio dos dados do PIB divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento. O recuo registrado no terceiro trimestre pela indústria de máquinas e equipamentos (ancorada no setor primário) foi de 16,4%, um percentual menor do que o nos dois primeiros trimestres .
— A reacomodação veio em 2024, quando as quedas foram se sucedendo, mas a taxas cada vez menores. Estamos próximos do ponto de inflexão, onde a produção pode se estabilizar ou até mesmo crescer — pontua Rodrigo Feix, diretor-adjunto do DEE.
Com as estatísticas do quarto trimestre ainda por entrar, a análise é de que o setor deve bater no fundo, para então mudar a direção.
— Depois do grande crescimento de anos anteriores (a 2024), a indústria de máquinas agrícolas está voltando para à média — afirmou Pedro Zuanazzi, diretor do DEE, na divulgação do PIB.
O ciclo de alta das commodities havia sido um dos principais combustíveis para a arrancada nas vendas. O cenário mudou e, no ano passado, foi necessária a readequação de tamanho.
— Isso teve implicações também no mercado de trabalho, com demissões sucessivas ao longo do ano, que agora se estabilizaram porque houve essa reacomodação da produção a um novo patamar de demanda — explica Feix.
Outro sinal importante para o otimismo com 2025 vem dos estoques. Claudio Bier, presidente da Fiergs e do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers) lembra que no auge da procura elevada, as revendas começaram a montar reservas, que estavam elevadas em 2024, quando o mercado desacelerou:
— No final do ano, já se notou que os estoques das revendas estavam bem baixos.
A perspectiva de uma colheita cheia no Estado e principalmente no resto do Brasil, onde a seca causou perdas expressivas no ano passado, é outro indicador de que a realidade de vendas das máquinas agrícolas seja diferente.
— O ano de 2025 será melhor do que o de 2024, mas não serão aqueles anos maravilhosos — ressalva Bier, em referência aos anos recentes de vendas aquecidas.