Quatro meses depois e com todos os protocolos seguidos à risca, o Rio Grande do Sul tem pressa na solução aos embargos que se mantêm por conta do caso de Newcastle registrado em julho. Compradores importantes, como China, México e Chile, seguem com as portas fechadas à proteína gaúcha. A última das etapas foi cumprida no final de outubro, quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) foi comunicada sobre o fim do prazo de 90 dias sem novos casos, o que permite a retomada do status sanitário anterior à doença.
Na prática, significa que todas as ações determinadas foram cumpridas pelas autoridades sanitárias brasileiras. Agora, passa a ser uma decisão do país a retomada. Vale lembrar que os acordos sanitários são feitos de forma individual com cada mercado.
— Diariamente conversamos com respresentantes do Ministério da Agricultua, para que haja a retomada total. Estamos buscando uma solução rápida — reforça José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav)
Reversão de expectativas
A pressa em resgatar esses destinos vem da representatividade que têm para as exportações, e o impacto que as suspensões tiveram sobre o desempenho das exportações de aves do RS. No mês de agosto, por exemplo, a queda nos embarques chegou a 42,5%, na comparação com igual mês do ano passado. Há de se considerar ainda os efeitos das cheias sobre o setor — muitas indústrias foram direta e indiretamente afetadas.
— A expectativa era de as exportações crescerem entre 3% e 4 %. Agora, podemos recuar nessa casa — avalia Santos, assegurando que o maior peso para esse cenário foram os embargos.
Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricado Santin diz que à entidade cabe subsidiar o governo com informações sempre que solicitadas pelos compradores:
— É um processo normal, infelizmente demora mais do que se gostaria, mas é dentro da regra dos países. O governo tem feito de tudo para passar o máximo de informaçoes possíveis.