Com o período de 90 dias perto de terminar, cresce a expectativa das indústrias pela retomada de mercados que ainda mantêm embargos por conta do foco da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul. Em tese, não restarão argumentos para sustentar a suspensão da proteína produzida em território gaúcho. O assunto esteve à mesa de reunião entre representantes do setor e dos serviços veterinários oficiais, estadual e federal.
Esse período de 90 dias refere-se à regra prevista pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) para que seja retomada a condição sanitária anterior ao caso. A contagem abriu após o fim da desinfecção, em 25 de julho, da propriedade do foco, em Anta Gorda, no Vale do Taquari. E se encerra na próxima quarta-feira.
O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária emitiu no último dia 11 uma nota técnica em que é feito um relato cronológico das ações adotadas nesse intervalo de tempo. O documento encerra com a afirmação de que todas as medidas foram adotadas e que não existe viral. Por esse motivo, o órgão sinaliza que buscará na OMSA “o reconhecimento do status de livre da doença de Newcastle, conforme definido no Código de Animais Terrestres, em processo com data prevista para ser concluída durante mês de outubro, mantendo-se a condição atual”.
Ações “eficientes e responsáveis”
A diretora de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura do Estado, Rosane Colares, reforça que os passos preconizados no processo foram todos conduzidos. Após o encerramento do foco, em 26 de julho, iniciou-se o vazio sanitário de 42 dias. Posteriormente, houve o repovoamento gradual do aviário, com avaliações clínicas e coletas de amostras.
– As ações e procedimentos adotados durante estes 90 dias foram eficazes e responsáveis, o histórico do RS nas exportações é exemplar e precisa ser considerado – afirma José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Os embargos impactaram as exportações de frango do Estado – em agosto, a queda em volume foi de 42,5%. Entre os mercados que mantêm restrições estão China e Chile.