A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O fim da emergência zoossanitária para Newcastle no Rio Grande do Sul, declarada nesta terça-feira (6) pelo Ministério da Agricultura, representa mais do que a constatação da contenção do foco da doença em território nacional. Sinaliza, enfim, a possibilidade do início de uma retomada econômica ao setor, depois de quase três semanas com as exportações gaúchas de frango suspensas.
É o que acredita o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), integrante da OARS, José Eduardo dos Santos:
— (A declaração) funciona como uma prova para os mercados comerciais importadores de que o risco no país está encerrado. E de que, portanto, a retomada da exportação de frango gaúcho já é possível. De que não há mais motivo para os países manterem o embargo.
Com o encerramento do estado de emergência, o governo federal restringe a vigilância e a suspensão de exportação apenas à região ao redor de 10 km do foco da doença. Não a todo o Estado, como era antes.
Mas, para que a retomada das exportações de fato ocorra, o Estado precisa aguardar que os países importadores retirem essas suspensões. É por isso que, no Salão Internacional da Proteína Animal (Siavs), em São Paulo, nesta terça-feira, o governador Eduardo Leite reforçou ao governo federal a necessidade de agilidade para a retomada de mercados ainda suspensos, como a China, principal destino do frango gaúcho.
A retomada das exportações, no entanto, era reivindicada pelo setor desde a semana passada. Em nota, a Organização Avícola do Rio Grande do Sul (OARS) havia solicitado ainda na sexta-feira (2) aos governos estadual e federal apoio no pedido de revisão dos embargos aos países, aos quais classificou como "exagero" — em referência ao tempo de duração.