Depois de andar boa parte do ano de lado, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) fechou julho com “forte alta”, de 2%, na comparação com o mês imediatamente anterior, aponta o relatório da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Responsável pelo levantamento mensal, a economista Danielle Guimarães explica por que se entende que esse aumento foi mais expressivo:
– Porque as variações do IICP ao longo do ano foram abaixo de 1%. A mais alta havia sido 0,76%. A partir de maio, veio a escalada e, em julho, teve esse custo mais alto.
Ainda não é possível prever uma tendência para os custos até o final do ano, acrescenta a economista, mas o que se sabe “é que a taxa de câmbio exerceu uma pressão forte nessa alta”.
– O principal fator da alta foi a taxa de câmbio em julho. Essa variação acabou pesando sobre os insumos importados – acrescenta Danielle, citando os fertilizantes como exemplo.
Outro ingrediente que pesou foi a semente. O impacto do clima sobre o rendimento da produção acabou valorizando também esse insumo.
– A gente está vendo uma aceleração no momento de formação de custos do produtor – pondera a responsável pelo estudo.
No acumulado do ano, os custos têm avanço de 2,35% e, em 12 meses, de 4,42%.
Preços recebidos
No índice de Inflação dos Custos de Produção (IIPR), o cenário foi de leve expansão sobre o mês imediatamente anterior a julho: 0,13%. Nesse caso, a trajetória do indicador era de variação com percentual maior. Os preços mais valorizados de frango e suíno ajudaram a manter o cenário de alta, apesar do recuo na soja naquele mês.
– Ainda vendo (nesse dado das proteínas de julho) o impacto da logística afetada pelas enchentes – complementa Danielle.
No acumulado do ano, o índice tem queda de 8,47%, e em 12 meses, alta de 2,30%.