Foi em questão de horas, dentro do parque Assis Brasil, que o avanço no caminho para a busca por uma solução quanto aos financiamentos de produtores do Rio Grande do Sul veio. Após reuniões com entidades representativas do agro e com instituições bancárias, foi costurada em Esteio a proposta possível para a renegociação de quem foi afetado pela catástrofe climática de maio e ainda aguardava uma alternativa perene, para além da prorrogação dos vencimentos.
Foi preciso ceder para se chegar na solução anunciada em meio à abertura oficial da 47ª Expointer pelos ministros presentes – Carlos Fávaro, da Agricultura, Paulo Texieira, do Desenvolvimento Agrário, e Paulo Pimenta, da Reconstrução. De forma geral, os parâmetros ficaram dentro do que havia antecipado a coluna.
O pedido inicialmente feito era de um prazo de 15 anos para pagar, mas os oito apresentados foram o que se tornou viável. Melhor esse fôlego do que nenhum. Presidente da Federação da Agricultura (Farsul), Gedeão Pereira disse que sai "menos preocupado, mais satisfeito".
O caminho não se encerra, no entanto, por aqui. A resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) é o "papel" capaz de viabilizar, na prática as condições para que essa negociação se concretize de fato. É nele que estarão expressos os acertos feitos no parque.
Movimento presente
O Movimento SOS Agro, que nasceu de forma orgânica entre os produtores gaúchos reforçou na pista central de Esteio a sua presença. Vestindo camisetas e com uma bandeira gigante hasteada, fizeram questão de ser vistos pelas autoridades presentes na tribuna. Um lembrete visual de que aguardavam alternativas para enfrentar não só os estragos deixados pela enchente, mas também pela estiagem registrada nos últimos anos no Estado.
— Criadores, expositores, agricultores, esses são as verdadeiras autoridades desta feira. Esse produtor que saiu de casa e trouxe uma parte do seu rebanho — enfatizou Marcos Tang, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac).