A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Passado o pico da enchente que varreu o Rio Grande do Sul, os esforços se concentram em olhar por onde começar a reconstrução. No campo, os danos – ainda em fase de contagem, afetam a produção de maneira generalizada.
Estudos em andamento tentam traçar um diagnóstico de primeiras ações. As análises citam que a retirada de lixo dos terrenos produtivos e a recuperação dos solos devem ser prioridade para que os agricultores retomem as suas atividades. Paralelo a isso, restabelecer serviços básicos em regiões que permanecem sem luz e água é fundamental, comenta o economista e membro do Insper, Lucas Borges, que participa da elaboração das análises.
Com base em uma série de ações que já foram anunciadas pelo poder público e mapeadas pelo estudo, Borges avalia que faltam medidas voltadas especialmente aos pequenos produtores. Entre eles, os que já haviam sido prejudicados nos eventos climáticos anteriores de setembro e novembro:
— É uma provocação que temos de fazer ao setor como um todo. O que o pequeno tinha de reserva, ele usou naquele momento que perdeu. Hoje, ele já não tem por onde começar.
Em relação aos anúncios econômicos que estão sendo feitos, o pesquisador sugere medidas adicionais que prevejam, entre elas, a possibilidade de um programa de anistia em impostos anteriores, e não apenas uma postergação da dívida. O estudo ainda reforça a necessidade de suspensão de pagamentos e renegociação de operações de crédito rural. Algumas dessas ações já foram sinalizadas pelo BNDES, por exemplo.