Há um componente novo no foco de influenza confirmado no município de Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo. O vírus segue longe das granjas comerciais – foi detectado em aves silvestres, conhecidas como maçarico –, mas se aproximou, em relação aos focos anteriores, de zonas importantes de produção, como o Vale do Taquari e a Serra. E faz o serviço oficial e as indústrias reforçarem o alerta para a importância das medidas de prevenção.
– Quando se detecta esse caso agora mais para “dentro” do Estado, a gente reforça o alerta, intensifica os cuidados com a biosseguridade, que é a nossa proteção máxima. Temos de ser ágeis, manter a aguarda alta e continuar com toda a comunicação – salienta José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) sinaliza que ampliará a campanha para produtores chamando a atenção para que se redobrem os cuidados no retorno às propriedades após o período de férias e deslocamentos ao litoral.
– É um caso igual aos outros, mas fizemos uma nota para chamar a atenção de todo mundo, de que não se pode baixar a guarda – acrescenta Ricardo Santin, presidente da ABPA, sobre comunicado emitido pela entidade em parceria com a Asgav e a Organização Avícola do RS.
A Secretaria Estadual de Agricultura também ampliou as ações no entorno do local em que foram encontrados os maçaricos que testaram positivo à doença.
– Visitaremos 100% das propriedades em um raio de até 10 quilômetros, para verificar se há animais com algum sinal ou não e para sensibilizar os produtores a fazerem a notificação em casos de suspeita – explica Francisco Lopes, diretor-adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal.
São cerca de 300 propriedades em um raio de cinco quilômetros e mais 470 em um raio 10 quilômetros do foco confirmado. Além disso, em um raio de 25 km, visitarão granjas para reforçar orientações. O local onde houve o caso foi revisitado duas vezes após a notificação.
Esse é o sexto foco de gripe aviária no RS, registrado em aves silvestres e mamíferos aquáticos. E não altera o status sanitário brasileiro. A Asgav e a ABPA também lembram que não há risco para os produtos e para o consumidor, tratando-se a enfermidade de situação específica das aves.
Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em animais, devem ser notificadas imediatamente à Seapi por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária do município, do Whatsapp (51) 98445-2033 ou do e-mail notifica@agricultura.rs.gov.br.
Recomendações aos produtores e criadores de aves de subsistência (fundo de quintal):
- Reforço das medidas preventivas nos estabelecimentos avícolas.
- Revisar as telas, passarinheiras, portões e cumeeiras dos galpões.
- Proteger fontes, caixas d’água e silos de ração do contato com aves de vida livre.
- Desinfecção de veículos na entrada e saída (atenção para a correta diluição, conforme recomendação na bula).
- Trocar roupas e calçados para ingressar na unidade produtiva.
- Não permitir a entrada de pessoas alheias ao processo produtivo nas granjas.
- Criações de aves com acesso a piquetes ou pátios: recomenda-se o fechamento das aves em galpões ou galinheiros e a proteção de bebedouros e comedouros para que seja evitado o contato com aves de vida livre.
- Comunicar imediatamente a Inspetoria de Defesa Agropecuária (IDA) em caso de ocorrência de alta mortalidade (maior ou igual a 10% em 72 horas) ou da identificação de aves com sinais respiratórios, neurológicos ou digestórios.
Orientações à população
- Não manipular nem recolher aves mortas ou moribundas.
- Adquirir aves somente em casas agropecuárias devidamente autorizadas.
- Comunicar imediatamente o Serviço Veterinário Oficial sobre a ocorrência de aves com sinais respiratórios, neurológicos, digestórios ou alta mortalidade, inclusive em aves silvestres.
(Fonte: Secretaria Estadual da Agricultura)
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