A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Dois meses depois de centenas de animais aparecerem mortos na beira da praia, o Rio Grande do Sul soma agora 21 dias sem registro de mortalidade de mamíferos aquáticos por influenza aviária. O dado, claro, pode mudar a qualquer momento. Mas está próximo dos 30 dias sem mortalidade — uma das condições para o Ministério da Agricultura encerrar o foco ativo da doença no Estado.
Coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Secretaria Estadual da Agricultura, Ananda Kowalski afirma que a queda de mortalidade no verão era esperada. Afinal, é o período de migração de animais como lobos e leões-marinhos, que vão ao Uruguai. Mas a notícia, sim, é motivo para o Estado comemorar. "Sem baixar a guarda", pondera:
— A gente está vivendo agora um outro período de migração, de aves que vem do Hemisfério Norte. Seguimos em alerta, monitorando.
Os governos estadual e federal seguem atuando na vigilância epidemiológica da doença. Medidas de biosseguridade continuam reforçadas em granjas comerciais e na criação de aves de subsistência, e um monitoramento periódico em busca de sinais clínicos tem sido realizado.
O Estado também está recebendo notificação de casos suspeitos pela população pelo WhatsApp (51) 98445-2033 ou (51) 98593-1288. As autoridades locais também podem ser notificadas sobre as suspeitas.
Atualmente, o RS soma três focos ativos, em Santa Vitória do Palmar, Rio Grande e Torres, todos em leões e lobos-marinhos. Durante o período de veraneio, a recomendação é não se aproximar nem tentar socorrer animais feridos, doentes ou mortos na praia e evitar circular com animais domésticos à beira-mar.
A influenza aviária afeta principalmente aves, mas, além dos mamíferos aquáticos, pode ocasionalmente atingir cães, gatos e seres humanos que tenham contato direto com animais infectados.