Principal destino das exportações de carne do Brasil, a China é um comprador de peso também para o Rio Grande do Sul. E é em busca de uma fatia maior desse mercado que uma comitiva gaúcha parte, nesta sexta-feira (24), para o país asiático. Liderada pelo vice-governador Gabriel Souza, a missão terá ainda representantes das secretarias de Desenvolvimento Econômico e da Agricultura, técnicos, representantes da indústria de bovinos, suínos e frango e parlamentares.
Para conseguir avançar na lista de vendas, é necessário que os chineses validem a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) de zona livre de aftosa sem vacinação, concedida em maio de 2021. A negociação comercial precisa ser feita país a país, e o RS tem uma vantagem importante: metade das plantas brasileiras com aval para embarcar carne suína para a China fica no Estado.
— O status sanitário é um ativo comercial que temos. Vamos apresentar a estrutura diferenciada do RS. Temos fronteiras com dois países e programas específicos, como o Sentinela, que complementam as ações do Ministério da Agricultura. E um serviço veterinário oficial com capilaridade — destaca o médico veterinário Márcio Madalena, secretário-adjunto de Agricultura, que integrará a missão.
Em outras palavras, a ideia é vender o peixe, ou melhor, as proteínas do Estado, apontando os diferenciais em relação a outras unidades da federação que também tiveram a evolução de status sanitário da febre aftosa. Além de participar da Feira Internacional da Cadeia de Suprimentos, a comitiva fará apresentação em um seminário da Agência de Inspeção e Quarentena de Entrada e Saída do Governo da China (Ciqa, na sigla em inglês). O evento terá a presença ainda da Agência de Administração Geral de Alfândega da China (GACC).
— Será uma apresentação institucional, das cadeias de proteína como um todo — complementa Madalena.
Rosane Collares, diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, e Fernando Groff, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal, levarão os detalhes técnicos da estrutura e das ações desenvolvidas pelo Estado.
Entre as conquistas mais imediatas que se pode ter na China está a possibilidade de vender carne suína com osso e miúdos, o que traz um potencial, segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), de adicionar receita de cerca de US$ 100 milhões ao ano. O presidente da entidade, José Roberto Goulart fará parte da comitiva.