A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mesmo com produção no Estado afetada pela estiagem, o tomate, a batata inglesa e a melancia foram os produtos que mais saíram da Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS) em direção à mesa dos gaúchos.
No caso do tomate, que lidera o pódio pelo segundo ano consecutivo, foram 56,5 mil toneladas comercializadas em 2022. A quantidade, no entanto, é quase 8% menor do que a registrada em 2021.
Ainda que o Estado não seja um grande produtor da fruta, o gerente técnico da Ceasa/RS, Claiton Colvelo, explica que a falta de chuva e o calor intenso afetaram a produção estadual — que, aliás, não faz frente à necessidade de consumo daqui. Boa parte do volume consumido no Rio Grande do Sul vem do Sudeste, de Estados como Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
Para Colvelo, o motivo para o campeão de vendas continuar sendo o tomate está no costume culinário do consumidor:
— É o "queridinho" da cozinha. Está arraigado na culinária, muitas receitas levam tomate, tem molho.
Na vice-liderança está outro hortifrúti que, na avaliação de Colvelo, é “imprescindível" à mesa: a batata inglesa, com 47,2 mil toneladas vendidas em 2022. Mas, neste caso, o volume, 3,33% menor do que o de 2021, foi afetado mais pelo custo de produção do que pela estiagem, já que a principal região produtora no Estado, os Campos de Cima da Serra, não foi tão afetada pelo problema neste ano.
Em terceiro lugar está a melancia, com 27,3 mil toneladas. Diferentemente dos outros dois hortifrútis, o pódio desta se explica principalmente pelo seu peso. O que justifica também a sua posição mesmo com a queda de 30% na produção gaúcha, segundo a Emater. Na Ceasa, o volume comercializado no ano passado caiu 21,5%.
— O calibre da melancia diminuiu. Mas a doçura estava excelente — completa Colvelo.
No ranking de produtos comercializados estão ainda o mamão formosa, a cebola nacional, o repolho verde, a cenoura em caixa, a couve-flor e a alface. Todos com volumes menores que os de 2021 em razão do clima.
Cenário que, claro, refletiu nos números gerais da Ceasa em 2022. A oferta de produtos como um todo teve uma queda de 7,4%, com 560,6 mil toneladas. Em compensação, a receita cresceu 32,3% e alcançou R$ 2,4 bilhões. “Lei da oferta e da procura”, justificou o gerente técnico.
O "top 10" da Ceasa
- Tomate caqui longa vida — 56,5 mil toneladas
- Batata inglesa — 47,2 mil toneladas
- Melancia comum — 27,3 mil toneladas
- Batata doce — 26,3 mil toneladas
- Mamão formosa — 19 mil toneladas
- Cebola nacional — 17,6 mil toneladas
- Repolho verde — 17,4 mil toneladas
- Cenoura em caixa — 15,8 mil toneladas
- Couve-flor — 8,6 mil toneladas
- Alface — 6,5 mil toneladas