A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É com iluminação artificial nas cores branca, vermelha e roxa que uma pesquisa inédita da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) pretende aumentar a produção de flores no Rio Grande do Sul. Os testes devem se encerrar no final deste ano, e a previsão é de que a tecnologia chegue ao mercado em 2024.
E, ainda que recém iniciada, os resultados já são promissores, garante o professor do Centro de Ciências Rurais e coordenador da Equipe PhenoGlad da UFSM, Nereu Augusto Streck. Ele explica que a tecnologia funciona para prolongar o cumprimento do "dia":
— O objetivo é “dizer” para a planta que o período de noite "ficou" mais curto. E, assim, incentivar a floração (em um maior período de tempo).
Por isso mesmo, as lâmpadas estão programadas para acender às 22h e apagarem às 2h. As cores também não foram escolhidas ao acaso. Segundo Streck, já existem pesquisas indicando as que mais aumentam a produtividade — entre elas, branca, vermelha e roxa.
A ideia de investir em um estudo nesse ramo surgiu de uma necessidade de mercado, continua o professor. Para os produtores terem mais produtos para vender no Dia das Mães e no Dia dos Namorados, por exemplo.
— Cada vez mais os nossos produtores precisam ser eficientes, produzir mais e melhor em uma mesma área. E a iluminação em flores é um dos temas mais estudados a nível mundial para aumentar a produção e qualidade. O Brasil não podia ficar de fora dessa — acrescenta.
Além da Equipe PhenoGlad, a pesquisa está sendo conduzida pelo Grupo GEDRE – Inteligência em Iluminação, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e a Intral/SA Iluminação Inteligente, que fornece os equipamentos. Os testes estão sendo feitos com girassóis e estátices na propriedade do casal de produtores Leonir Fátima e Clóvis Fernando de Freitas, em Júlio de Castilhos. Além do estímulo à floração, a instalação da tecnologia é simples e feita com postes ou outros utensílios da própria fazenda.