Para quem passou pelo pavilhão internacional do parque Assis Brasil durante a 45ª Expointer, difícil foi não notar duas hortas expostas a uma luz roxa no local. E não eram só a iluminação futurista e as alfaces e os morangos plantados ali que eram para ser vistos. Mas, sim, uma técnica de cultivo que promete reduzir a mão de obra e até 70% os custos com insumo e aumentar até 40% a produtividade. Como?
O cultivo funciona a partir de um sistema de fertirrigação por gotejamento. Ou seja, além da água, é colcado adubo. A partir de sensores de umidade e temperatura, o sistema é ativado, e a água com adubo é espalhada pelo substrato.
— Só aí o produtor já pode economizar 20%. Porque o excesso de adubo que caía no solo e se perdia agora pode ser reaproveitado. Já que o sistema é fechado — esclarece Geovani de Brito, promotor técnico da parte de fruticultura e nutrição da AgroCaxias, empresa parceira da iniciativa.
Mas a técnica não para por aí.
— A iluminação artificial (aquela roxa, falada antes) ajuda a estabilizar a produção — acrescenta Cleber Renato Zortea, instrutor e consultor do Senar e do Sebrae.
Tudo isso é controlado por um aplicativo, desenvolvido pela startup Elysios.
— O produtor recebe notificações do celular e pode controlar o acionamento ou desligamento dos sistemas pela palma da mão — Gerson Reis, consultor técnico de irrigação em AgroCaxias.
O aplicativo também possibilita a emissão de QR Code para a rastreabilidade do produto final pelo consumidor. Ou seja, basta colocar a câmera do celular na embalagem do produto que é possível verificar onde, como e quem plantou cada hortifrúti.
As estruturas à mostra no local também indicam a possibilidade do produtor cultivar em “slabs” (uma espécie de saco) ou em calhas. Os dois servem para armazenar o substrato onde será plantada a cultura.
Sugere-se ainda que, caso o produtor opte por trabalhar com esse sistema, use a casca de arroz como substrato.
— Além de ser um poluidor se não for corretamente descartado, como substrato pode segurar a umidade e dar sustentação à planta sem alterar a qualidade da água e do adubo — justifica Zortea.
Saiba mais
- A tecnologia faz parte do programa Juntos Para Competir, uma iniciativa do Sistema Farsul, Sebrae e Senar que uniram forças para levar assistência técnica de forma gratuita para produtores.
- Atualmente, três mil produtores já foram atendidos neste programa.
- O produtor interessado na técnica pode ir ao Sindicato Rural mais próximo solicitar essa assistência técnica, que irá amparar no planejamento, manejo, construção e rastreabilidade desse sistema
*Colaborou Carolina Pastl