Seguindo a tendência de hiperlocalismo, uma horta urbana automatizada e rastreável promete tomar forma em Porto Alegre, encurtando a distância entre o local de produção e o consumidor. A expectativa é de que, ainda no primeiro semestre deste ano, a Smart Local Farms, como é chamada a estufa modelo, saia do papel em uma iniciativa conjunta de Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-RS), Agência de Fomento Social Besouro, Elysios e Instituto Open Food. O espaço está em construção nas dependências da ADVB-RS às margens do Guaíba, no bairro Praia de Belas.
— Vamos colocar sistema de sensoriamento e automação no cultivo para controlar a irrigação e a climatização da estufa, além de ferramenta de software para gestão e implementação de rastreabilidade — explica Frederico Apollo Brito, diretor-geral da AgTech Elysios, provedora da tecnologia utilizada no projeto.
O objetivo, segundo Brito, é mostrar que é possível utilizar espaços não aproveitados nas cidades para produção de alimentos e geração de empregos. Inicialmente, serão cultivadas variedades de tomates orgânicos, a serem comercializados no varejo da região, em feiras, na rede gastronômica e por meio de aplicativo.
A estufa também será aberta a visitantes. A expectativa, de acordo com Brito, é que o projeto ganhe espaço em outros locais, inclusive Estados.
A iniciativa também dará oportunidade a apenados do regime semiaberto. Eles serão treinados e ficarão responsáveis pelo cultivo.
— É uma oportunidade para que pessoas nesse regime sejam incluídas à sociedade já com trabalho — afirma Matheus von Muhlen, CEO do Instituto Open Food.
Serão selecionados de oito a 12 apenados por mês. Coordenadores da Secretaria da Segurança do Estado, Instituto Open Food e Agência de Fomento Social Besouro farão o monitoramento do trabalho.
Colaborou Leticia Szczesny