A inovação está no DNA da SLC Agrícola, empresa de origem gaúcha que extrapolou divisas para se tornar um dos maiores grupos do Brasil. E em time que está ganhando se mexe, sim. A busca por soluções que potencializem o negócio é constante:
— A agricultura está sempre se reinventando e uma premissa bem básica nossa é que o jeito que faremos a agricultura daqui a 10 anos será muito diferente do jeito que fazemos hoje — ponta Frederico Logemann, gerente de Inovação da marca.
Em meio às participações no South Summit, ele conversou com a coluna sobre o tema. Confira trechos da entrevista.
No South Summit passado, você disse que a SLC caminhava para uma agricultura de Fórmula 1. De lá para cá, que novas ações foram adotadas?
A tecnologia “see and spray” (que faz a pulverização seletiva) é um exemplo de tecnologia nova, que há cinco, seis anos, começamos a entender como funcionava, a fazer contas, desenvolver um pouco com o fornecedor e hoje estamos usando em praticamente todas as fazendas. Temos algumas grandes teses de coisas que estão acontecendo no agro, em diferentes estágios de maturidade. A do pulverizador é a da agricultura de hiper precisão. Envolve um tipo de tecnologia que está dentro da inteligência artificial, a visão computacional, que é treinar uma câmera para enxergar algo. Assim como treinamos o olho de um agrônomo olhar uma planta e ver se está doente, se tem praga, aos poucos, estamos treinando as câmaras para fazer essas coisas. Outro grande tema são os biológicos. Estamos acelerando muito a importância deles no nosso pacote de crop protection. Nos últimos quatro anos, deve estar chegando perto dos 10%, mas era 7%, 4%, 1%, zero.
E que espaço deve ter o biológico na produção (a empresa tem cerca de 670 mil hectares)?
Assim como nas outras tecnologias, a gente está vendo como funciona. É um trato, um manejo diferente, a forma de entrar na lavoura, o estágio. Temos biofábrica, mas no modelo “Nespresso”, a gente compra “a cápsula” e fazemos o “cafezinho” na fazenda. É um modelo de negócio bem interessante que tem no Brasil e está até ajudando a difundir o avanço dos biológicos. Talvez um número razoável seja chegar perto de um terço do nosso pacote nos próximos anos.
Além da agricultura de hiper precisão e dos biológicos, o que mais está no radar?
Os marketplaces que estão acontecendo em várias áreas estão vindo para o agro também, mas está demorando. É uma tendência que achamos ser meio inevitável, não faz sentido continuar vendendo pelo telefone, e é algo que a gente acompanha também. Tanto para comprar insumos quanto para vender produção. Ainda não fizemos nada, mas estamos bem próximos dos empreendedores que estão tentando resolver esse problema e vendo quando isso vai decolar. E entra junto a tokenização. A tese é a desintermediação da cadeia.