Adepta de longa data da tecnologia como ferramenta para melhorar processos e resultados nas 22 áreas de produção em sete Estados brasileiros, a SLC Agrícola usa a inovação no nível do detalhe. São pequenas grandes melhorias que ajudam a ganhar o jogo de eficiência relativa, observa Frederico Logemann, líder de inovação da marca gaúcha. Ele conversou com a coluna logo após participar de debate do South Summit, em Porto Alegre, sobre o papel da inovação na cadeia de alimentos sustentáveis.
— Como estamos em um nível bastante sofisticado de uso da tecnologia, vamos cada vez chegando em elementos mais discretos da nossa cadeia de produção. Temos um projeto que busca ganhar alguns minutos no abastecimento das plantadeiras. Essa é uma operação que ocorre centenas de vezes nas nossas fazendas, estamos indo para uma agricultura de Fórmula 1 — compara Logemann, sobre o nível de alcance da inovação no grupo.
Confira abaixo trechos de tópicos abordados com o executivo da SLC Agrícola.
A INOVAÇÃO EM CAMPO
Entre os inúmeros projetos em campo da SLC Agrícola, que soma 670 mil hectares cultivados com soja, milho e algodão, está o que se propõe a obter ganho em minutos no abastecimento das plantadeiras. O braço que abastece a máquinas, explica Frederico Logemann, líder de inovação da companhia, demora porque precisa recarregar várias vezes. A partir desse diagnóstico, a empresa fez um codesenvolvimento com um fornecedor de implementos para um braço articulado:
— Usamos lá na lavoura e ganhamos de 15 a 20 minutos por abastecimento. Para nós, se multiplicar por todas as vezes que isso acontece na lavoura em um ano, é um baita de um ganho.
Outra ferramenta adotada é a de telemetria das máquinas, que permite acompanhar o desempenho em tempo real: onde estão, em que operação e, em caso de paradas, a razão para isso. Outra aplicação está no apontamento digital de pragas. Logemann avalia que a tecnologia permite que se enxerguem coisas na operação antes não vistas.
— São coisas que aprendemos a usar e, agora, estão escalando dentro da empresa. É um jogo de eficiência relativa. E como aquela troca de pneus da Fórmula 1 — compara.
AGRICULTURA DIGITAL
Como um extrato bancário, a agricultura digital permite visualizar com precisão a realidade dos diferentes componentes da atividade produtiva.
— Te dá um extrato do que tá acontecendo, coisa que antes se deduzia, se tinha uma visão parcial, mas que agora estamos conseguindo enxergar e corrigir. Tem de fato enormes ganhos de produtividade que conseguimos extrair, desenhando melhor a operação — assegura o líder de inovação da SLC Agrícola.
SUSTENTABILIDADE
Para Logeman, sustentabilidade e eficiência são ingredientes que não podem ser dissociados um do outro na produção agrícola. Ele cita o projeto Erosão Zero, que se dedica aos cuidados básicos de manejo do solo, melhorando a qualidade o que leva a uma maior eficiência.
Outro recurso com pegada sustentável é o spot spray, hardware que é acoplado na máquina e permite fazer uma pulverização seletiva de químicos, somente onde é necessária. A ferramenta reduziu, segundo Logemann, em 80% o volume de defensivo usado.