No primeiro encontro com secretários da nova gestão para tratar da estiagem no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite estabeleceu duas frentes de ação. Uma, imediata, para pontos emergenciais. A outra, de planejamento para medidas estruturais. Nos dois casos, reforçou a necessidade de ampliar a integração entre as áreas técnicas para monitoramento da estiagem e das medidas de auxílio.
Na lista de “tarefas de casa” dos secretários está a elaboração de propostas a serem apresentadas em novo encontro, ainda sem data definida, mas que deve ser marcado, conforme Artur Lemos, chefe da Casa Civil, para as próximas semanas. Entram itens como Programa Troca-Troca de sementes, a distribuição de cestas básicas e a garantia do abastecimento de água nas propriedades, além de alimento para os animais.
Leite pediu ainda celeridade na execução de obras já previstas pelo Avançar RS — perfuração de poços, construção de microaçudes e cisternas. A previsão é de investimentos de R$ 320 milhões.
Em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, o secretário da Agricultura, Giovani Feltes, mencionou que neste momento será dada prioridade “absoluta aos poços”.
Questionado sobre a severidade da estiagem, Feltes estimou que essa não deve ser tão severa quanto a anterior.
— O comparativo que temos é com o ano passado, em que (a estiagem) foi gigante. Neste, tem a perspectiva de chuva em março. Mas não é algo para se desprezar — completou, à coluna, o chefe da Casa Civil.
Depois do encontro com secretários, o tema voltou à mesa na segunda reunião do Fórum Permanente de Combate à Estiagem, que havia sido criado em fevereiro de 2022.
— Voltamos a cobrar que se tenha uma política permanente e agressiva, em volume de recursos, para o combate à estiagem — disse Elton Weber, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária da Assembleia Legislativa.
Conforme relatos no fórum, os prejuízos já passam de R$ 1 bilhão no RS, com os maiores problemas, hoje, na produção de grãos, especialmente milho, e de leite.
— Precisamos de um programa de Estado contínuo, pois prevenir sempre é melhor do que remediar — reforçou Eugênio Zanetti, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS).
Coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-RS), Douglas Cenci lembra que há acúmulo de prejuízos, “com uma estiagem depois de uma grande estiagem”.